Capítulo 13

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Quando o show chegou ao fim, senti a realidade voltando aos poucos. Tinha pulado tanto que estava com calor e tive que tirar o casaco pesado. O público começou a se mexer e ir embora. E quando as luzes encheram o local novamente consegui Jae mais perfeitamente. Estava tão em transe com tudo que não tive tempo para analisá-lo. Ele percebeu que eu o olhava e o sorriu.
— Estava esperando um pouco para sairmos, vai estar muito cheio lá fora.
— Por mim tudo bem. — Sorri em resposta e continuei a ver cada traço de seu rosto e suspirei quando cheguei à conclusão que ele era mais perfeito pessoalmente. Queria tirar a sua touca e óculos para vê-lo melhor, mas não me sentia segurança de tocá-lo assim, deixei para lá e continuei a admirá-lo.
— O que achou do show? — Perguntei quando vi que ele estava nervoso olhando para um lado e para o outro. Lembrei de uma amiga da época da escola que tinha fobia social e muitas vezes que saímos, ela tinha crise e distraí-la era a melhor opção.
Será que ele também tinha algo do tipo?
— Muito bom, e você gostou? — Ele gargalhou e desviou o olhar. — que óbvio, você nem notou a minha presença o show todo.
— Isso não é verdade. — Fiz bico e o empurrei de leve, mas ele mal se mexeu.
— Vamos? Quero te levar em um lugar. — Jae olhou para os lados e depois passando o braço em meu ombro me levou para fora da área vip. Confusa, olhei para trás e vi um grupo de meninas cochichando e olhando para ele umas delas estava mais à frente como se fosse nos seguir, mas quando viu que eu as olhava, parou. Era isso que o incomodava? Ele era lindo, devia estar acostumado com tal coisa.

Depois de caminhar atrás de uma fila enorme, finalmente paramos atrás de uma porta e ainda estava sentindo que algo ainda o incomodava.
— Jae. — toquei de leve em seu braço e ele me olhou, com um meio sorriso segurei seu braço. — Você está bem? Se não tiver, podemos ir embora.
— Estou bem, eu juro. — Ele sorriu quando um segurança alto abriu a porta à nossa frente e acenou para que seguíssemos. — Você precisa ficar calma, está bem?
Só entendi o que ele falava quando depois de várias saírem dali e abrirem espaço para ver toda a banda ali naquele camarim tirando fotos e conversando com os fãs.
Meus pés travaram e não consegui me mover. —Eu não tenho dinheiro para pagar um meet and greet. — disse engolindo seco e olhando para Jae nervosa. Ele riu e me empurrou incentivando que seguisse.
— Não se preocupe, eu tenho os meus contatos e consegui isso para você. Aproveita!
Ao invés de correr para os braços de Takahiro, eu abracei Jae com força. Com o rosto enfiado em seu casaco suspirei o seu cheiro e agradeci baixinho. Senti os seus dedos tocarem os meus cabelos com um carinho. Não queria sair do seu abraço quente, mas me forcei a soltá-lo e caminhar até o meu crush supremo.

Takahiro era muito mais lindo pessoalmente. É incrivelmente simpático e carinhoso. Ele autografou a minha camiseta e uma foto foi tirada de nós dois abraçados. Fiquei chocada como o seu abraço era bom, mas fiquei mais ainda chocada que senti o meu coração mais acelerado quando abracei Jae do que Takahiro.
Taka segurava minhas mãos e eram incrivelmente grandes e quentes na minha, enquanto eu perguntava e contava várias coisas enquanto ainda tinha tempo. Quando ele elogiou o quão bem eu falava japonês fiquei mais animada e falei mais ainda.
Jae apareceu atrás de nós e cumprimentou todos e tirou a minha mão de Taka e a segurou.
— Vamos deixar as outras fãs babar um pouco também. — Ele sussurrou em meu ouvido e me toquei que havia outras pessoas esperando atrás de nós.
— Tá bom, tá bom. — Concordei e me despedi da banda. Vi que Jae falou algo com eles e eles se cumprimentaram em despedida.
— Não sabia que você os conhecia.
— Como falei que tenho meus contatos. — Ele disse com o nariz torto.
— Uau, deve ser tão bom trabalhar com música, você deve conhecer tantas pessoas incríveis.
— Tem suas vantagens. — respondeu distante e percebi que desta vez ele não segurou a minha mão.

Fiquei em silêncio enquanto saímos da casa de show e o lugar estava praticamente vazio. Muita gente já tinha ido embora, mas a neve que tinha começado mais cedo não dava  trégua e já cobria toda rua. Tremi com o frio que fazia e me agarrei no casaco.
Jae riu enquanto se aproximava de mim e tirava o seu cachecol e o enrolava no meu pescoço. — Não está muito acostumada com esse tipo de frio, né?
— Nem um pouco.  —Confessei tremendo, mas senti-me mais aquecida.
— Aqui. — Ele tirou luvas do bolso.
— Não,  — disse rapidamente — você não pode ficar sem.
— Se fosse o Taka você não negaria, né? — Ele fez cara feia e se afastou.
— Você está com ciúmes do Taka? — Ele tirou a cara e eu ri. — Não precisa ter ciúmes dele, Jae.
— Eu vim do outro lado do mundo só pensando em te ver, preparei tudo para essa noite e tudo que eu ganhei foi ver você babando por outro cara. — Disse com desdém e enfiou as mãos no bolso.

Senti-me péssima, tudo que ele disse era verdade, ele tinha conseguido ingressos VIPs e do meet and greet e tudo o que fiz o tempo todo foi olhar para Takahiro. Eu não o culpava, mas como iria dizer que era uma despedida de um amor para começar outro, um não platônico.
Tirei o meu celular e o liguei sem desbloquear e mostrei para ele.
— Taka tem sido meu wallpaper desde que tenho celular, e por acaso você está o vendo? — Ele negou e apontou para tela chocado.
— Quando você...
— Isso não importa, importa que se ele não tem mais espaço no meu celular é porque não tem mais em meu coração. — Jae ficou parado atômico me olhando e acabei tirando as luvas de sua mão e vestindo umas delas e a outra, na sua mão e a mão desprotegida eu segurei a sua.
— Assim está melhor. — Quando olhei para cima para olhá-lo, ele se aproximou e me beijou. E que beijo.

Ele é um idol ♪ BTSOnde histórias criam vida. Descubra agora