Leve-me ao Seu Coração

Capítulo 17 - Fantasmas

E aqui estamos com mais um capítulo, desejamos um feliz natal a todas vocês e que tempos melhores vão chegar 🙏🏻, é só acreditar, ter fé e principalmente se cuidar. Beijos de luz e até o próximo que vai ser o mais rápido que vocês imaginam... 😘😍♥️

Escrita com Alicia_Ruffo ♥️

Perdida

Era como Maria se sentia quando estava envolvida naquele toque de lábios e enroscar de línguas, sua boca parecia sempre ansiar mais pelo toque íntimo, se deleitar nas sensações que queimavam sua pele e agora também fazia seu peito acelerar e arder de uma forma estranha. Toda a extensão de sua pele arrepiou-se quando sentiu as mãos firmes do homem que lhe beijava com tanta paixão, agarrar sua nuca lhe trazendo mais para perto. No entanto, depois daquele pequeno gesto, seu corpo inteiro parecia entrar em um conflito, gostaria de interromper o momento, se sentia fraca para realmente fazer.

Maria estava tão nervosa que não percebeu quando acabou derrubando o vinho de sua taça em Estevão, de alguma forma agradeceu por aquele gesto inconsciente pois havia o feito se afastar com o susto.

- M-me desculpe. - Ela disse quase em um sussurro, incerta se realmente deveria ter dito.

- Está tudo bem. - Ele sorriu tentando retirar o excesso de líquido de sua camisa com um lenço. - Podemos continuar... Conversando - sentou-se novamente ao lado dela.

- Não, não podemos. - O sorriso no rosto de Estevão e sua expressão leve foram levadas, quando a viu se afastar dele, como um animalzinho assustado.

- Por quê? Eu fiz algo que te desagradou? - ele perguntou preocupado pela mudança da mulher.

- Eu... - Maria suspirou nervosa passando a mão por seus cabelos. - Não deveria ter me beijado.

Estevão levantou-se incrédulo, agora seu rosto trazia um sorriso irônico que veio junto a uma risada no mesmo tom, tudo o que poderia fazer no momento era aquilo, afinal sempre que achava que estava a entendendo e que poderiam começar a funcionar, algo desandava.

- Eu te beijei sozinho? Você quis tanto quanto eu. Por favor, se aquela era sua forma de resistir, ela é bem contraditória. - ele balançou a cabeça negativamente sentindo uma pequena fagulha de irritação pela fala da mulher.

Em questão de segundos, Estevão pode contemplar a mudança da mulher que ainda estava sentada no sofá. Seu queixo ergueu-se como se estivesse o desafiando e sua postura já não era mais de uma pessoa acuada, mas de uma fera pronta para atacar, demonstrando toda sua fúria em seus olhos verdes que agora apresentavam um tom escuro.

- Eu não estava nem pensando direito, mas que bom que acordei desse devaneio, porque assim minha mente chegou em uma conclusão clara! - ela se levantou rapidamente, sentia tanta raiva por ter permitido o beijo e ainda mais por ser questionada por ele, que nem mesmo deu importância a ardência em seu joelho pelo local machucado.

- Que conclusão? - ele perguntou já começando a arrepender-se de sua fala irônica.

- A de que você é um louco, que precisa de tratamento urgentemente! - Maria pôs-se a caminhar em passos largos e pesados em direção à escada, gostaria de sair do mesmo ambiente que ele o mais rápido possível.

- Quer ajuda? - ele perguntou sem virar-se para vê-la, estava irritado, mas sabia que provavelmente o machucado em sua perna doeria com a subida ao lote de escadas.

- Não. - Ela respondeu já subindo os degraus, estava tão irritada que a dor física poderia ser facilmente ignorada.

Estevão por sua vez, não insistiu só havia feito a primeira pergunta por educação, mas estava igualmente irritado, não pelo fato da mulher o achar um louco, afinal ela sempre pensou daquela forma não havia o que se esperar. Mas o que havia o tirado do sério foi a insinuação que ela havia feito, como se tivesse sido beijada a força coisa que com toda a certeza não havia acontecido. Com a péssima reação dela a seu segredo, também caiu por terra seu plano de lhe apresentar o ateliê e lhe mostrar seus quadros. Se somente com a história de como se encantou por ela, Maria havia o taxado de louco, não gostaria nem de imaginar o que diria se soubesse que ele pintava quadros de seu rosto.