Capítulo 20 - Emoções

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Escrita com Alicia_Ruffo ♥️

Maria mirou as mãos dele acima das suas sobre a mesa, e depois novamente voltou seu olhar para os olhos verdes do homem que a encaravam esperançosos de que ela finalmente aceitasse sem relutâncias ou tentativas de afastá-lo. Maneou a cabeça levemente e suspirou, ele realmente tinha uma parcela de culpa na perda de suas ações, então não faria mal aceitar que ele retribuísse o que lhe devia, faria?

- Esse assunto estava me tirando o sono durante os últimos dias e agora ver que estão de volta em minhas mãos é um grande alívio. – Ela pigarreou levemente antes de continuar. – Eu agradeço, sinceramente.

- Então você aceita sem planejar pagar qualquer coisa? – perguntou cuidadoso, antes de retirar suas mãos das dela, não gostaria de abandonar o calor de seu toque tão cedo, principalmente por ver que ela não havia tomado a iniciativa de se afastar como tantas outras vezes, porém não gostaria de ultrapassar o seu limite estragar o momento pacífico.

- Sim. Mas não irei assinar agora. – Recolheu os papeis os colocando de volta no envelope. Ela pigarreou novamente, parecia estar sendo extremamente difícil tratá-lo sem nenhum tipo de ataque. – Me desculpe pela minha reação, eu realmente fiquei... irritada.

- Eu percebi. – Riu sem humor. – Achei que fosse me esganar.

Maria abriu a boca para retrucá-lo, mas achou melhor não deixar que ele soubesse de seu plano sobre quebrar um prato em sua cabeça.

- Às vezes parece que gosta de me provocar. – Passou as mãos por seu vestido.

- Eu gosto, mas só as vezes. – Ele lhe deu um sorriso confiante e um olhar presunçoso, como o que lhe ofereceu naquele dia em seu escritório quando a questionou sobre estar no andar de baixo de madrugada. Novamente, havia algo de interessante quando ele a desafiava.

- Suspeitei. – Ela arqueou a sobrancelha passando a mão em seus cabelos. – Será que agora podemos ir embora?

- Eu tenho uma ideia melhor – Estevão corrigiu sua postura sobre a cadeira a encarando. – Na verdade é um pedido. Desde o nosso casamento e antes dele, sempre estamos brigando ou em situações desconfortáveis um com o outro e por mais que você esteja totalmente certa em me querer longe, sei que também acha essa situação desgastante. Por isso, meu pedido é que possamos ter paz pelo resto desta noite.

Maria o olhou insegura, juntou as mãos em seu colo por baixo da mesa brincando com os anéis em seus dedos, realmente viver em guerra com alguém era desgastante, mesmo assim nada a faria esquecer o que ele havia feito, ela simplesmente não poderia.

- Achei que a devolução das ações não exigia nada em troca...

- E não exige. Você tem o direito de aceitar ou não. Não é uma troca. – Estevão disse de forma sincera, esperando que ela acreditasse.

- Estevão, eu não posso esquecer o que você fez, é algo...

- Não estou pedindo para esquecer. Aliás, sim estou pedindo. Por este final de noite, queria que esquecesse que me odeia e das coisas erradas que eu fiz, amanhã pode voltar a me odiar e fingir que nunca houve um momento de paz absoluta entre nós, e eu prometo fingir a mesma coisa, são só algumas poucas horas e depois vai estar livre de qualquer tratado de paz. Caso eu faça algo que te desagrade profundamente, - havia escolhido o ''profundamente'' pois geralmente qualquer coisa que ele fazia parecia desagradá-la, nem que fosse um pouco. – Encerramos o trato e eu mantenho de pé a proposta de você voltar sozinha para casa sem ser obrigada a aceitar minha companhia. E então?

Leve-me ao Seu CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora