Capítulo 13 - Guerra

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Escrita com Alicia_RuffoTKiss

Maria demorou por mais um tempo olhando para ele, sua mandíbula trabalhou quase imperceptivelmente de um lado ao outro, antes de assentir arqueando a sobrancelha.

- Como desejar, vossa majestade. - Sua fala veio carregada de um tom irônico. - Se não acha que um casamento às pressas é suspeito...

Pararam de falar quando o garçom se aproximou trazendo seus copos de suco. Estevão agradeceu novamente e Maria fez um sinal com a cabeça acompanhado de um sorriso sem mostrar os dentes.

- Para duas pessoas apaixonadas não é. - disse assim que o rapaz se afastou.

- Mais alguma exigência?

- Podemos marcar um jantar para amanhã.

- Amanhã?! - Maria quase cuspiu o suco que tomava. - Só pode estar brincando...

- Acho que você já percebeu que não brinco, Maria.

Maria preferiu não dizer mais nada, tinha medo de acabar o tirando do sério com tantas recusas, mesmo assim havia um instinto estranho dentro de si que ansiava por fazer algo que a tirasse da posição de dominada. Era difícil para quem sempre esteve acostumada a dar as cartas e ditar o ritmo do jogo, ter que esperar por comandos de outro jogador, principalmente se este era o adversário.

Passaram o resto do almoço em silêncio, Estevão também preferiu não atiçar nenhum confronto com ela, que passou quase o tempo todo somente olhando para o próprio prato, mas que algumas vezes o olhava como se estivesse o fuzilando.

Ao saírem do restaurante, pararam no estacionamento, pois Estevão estava de saída para resolver mais assuntos relacionados a seus próprios negócios, Fernando já havia lhe mandado várias mensagens, o advertindo que assim que terminasse o almoço deveria ir ao seu encontro.

- Acho que nos despedimos por aqui... - tirou a chave do carro de dentro do bolso do paletó.

- Você tem família? - Maria perguntou repentinamente, o pegando de surpresa com o questionamento.

- O quê? - seu cenho estava franzido em confusão.

- Família. Você tem? - parou em frente ao seu próprio carro.

- Eu... Não. Eu tive, antes de meus pais morrerem há muitos anos atrás. Por que a pergunta?

- Você parece tão desesperado por amor, então achei que não tivesse nenhum. Pelo visto não estava errada.

Estevão parecia incrédulo com a constatação dela, como se tivesse sido atingido em cheio sem nem saber de onde levou o tiro. Afrouxou sua gravata destrancando o carro e segurando a porta aberta, olhou para ela e engoliu em seco suspirando pesado.

- Tenha uma ótima tarde, Maria. - Entrou em seu veículo manobrando e saindo em seguida.

Maria quase pôde sentir o canto de seus lábios enfeitados com um sorriso imperceptível, finalmente aquele pequeno monstro que ansiava por ferir na mesma proporção em que era ferido, estava satisfeito com seu resultado final. Ela sabia que ele não tinha família, havia lido no dossiê sobre ele, há alguns meses atrás, perguntou unicamente para vê-lo desestabilizado de alguma forma. O olhar desconcertado de Estevão a deixava satisfeita, mesmo que depois houvesse se sentindo um tanto cruel. Mas Estevão não merecia pena, não é?

Depois do almoço com o Estevão e de tudo que foi decidido naquele dia, Maria não tinha mais cabeça para voltar para a empresa, pensar que daqui alguns dias as coisas mudariam mais rapidamente abalava seu emocional, porém como sempre ela não poderia demonstrar fraqueza ou algo do tipo, tinha que enfrentar essa situação de cabeça em pé como ela já vinha enfrentando a anos. Não seria fácil, mas ela conseguiria.

Leve-me ao Seu CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora