Escrita com Alicia_RuffoTKiss ❤
"Ainda que seja mentira me fazes sentir vivo, ainda que seja falso o ar, sinto que respiro..."
- Eu agradeço por seu voto de confiança, Sr. Montenegro. - Maria disse escrevendo algo em um documentário em cima de sua mesa, enquanto segurava o telefone de cor clara em sua orelha.- Não me agradeça por isso... Eu me sinto envergonhado por ter cogitado quebrar nosso contrato, mas creio que a senhora pode me entender. Nós empresários sempre estamos tentando manter nossos nomes longe de confusão.
- Claro. Então, estamos resolvidos?
- Absolutamente.
- Certo. Muito obrigada novamente por seu tempo e voto de confiança. - Ela desligou depois de se despedir do homem.
Maria pôs o telefone de volta ao gancho suspirando aliviada, quando ligou para todos os contratantes no dia anterior, o Sr. Montenegro foi o único com quem não conseguiu falar por estar fora em uma reunião importante, infelizmente ainda havia outros com os quais teria que falar pessoalmente, mas só o fato de ter resolvido com o Montenegro, que era um contrato grande, já a deixava mais tranquila.
A noite anterior lhe trouxe de volta os momentos em que o sono fugiu dela, e como não fugir depois do que havia visto naquele vídeo? Maria estava tentando encher a cabeça com trabalho para evitar pensar naquilo, já havia pensado em vários cenários para justificar o que tinha visto: se já existisse alguém antes de Daniel naquela sala, mas o vídeo havia começado alguns minutos antes do fim do expediente e não houve movimentação antes que horas mais tarde, Henrique e Daniel chegassem à cena; talvez alguém pudesse ter entrado antes de seu filho, mas as câmeras teriam mostrado. Mas não havia nada. Também existia a falta de memória de Daniel, ela se sentia culpada por chegar a pensar que seu filho pudesse estar mentindo por medo, mas sua cabeça estava dando voltas contínuas atrás de uma resposta e tudo que encontrava era incoerência.
- Senhora Maria. - Ouviu a voz de Lupita soar no aparelho eletrônico.
- Sim, Lupita.
- O Dr. Iglesias está aqui.
- Ótimo. Peça que ele entre, por favor.
- Sim, senhora.
Não demorou para que a figura do doutor Julian Iglesias cruzasse sua sala. Ele era um senhor de aproximadamente sessenta anos, com seus poucos cabelos ao redor da cabeça, barba rala, óculos pequenos e seu terno azul marinho bem alinhado, sempre levando consigo sua pasta preta inseparável. Ela se lembrava do velho Maldonado quando o olhava e repudiava aquela ação de seu cérebro, não havia voltado a falar com Evandro depois do que ocorreu e esperava não vê-lo tão cedo em sua frente.
- Bom dia. Como vai, Maria? - o homem sentou-se a frente dela colocando sua pasta na outra cadeira.
- Bom dia, Julian. Você já pode imaginar que para tê-lo chamado aqui significa que as coisas não vão totalmente bem...
- Sempre direita... Então vamos logo ao ponto.
- Eu nem mesmo sei por onde começar...
- Parece que o assunto é sério.
- Mais do que você imagina... Julian, eu acho que o meu filho matou um homem.
- O quê?! - o homem ajeitou seus óculos a olhando espantado. - Está falando sério?
- Não é do meu feitio fazer esse tipo de brincadeira. E isso não é tudo... Coisas aconteceram.
- Muito bem. Me conte tudo e não oculte nenhum detalhe.
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Leve-me ao Seu Coração
RomanceEstevão San Roman passou uma boa parte de sua vida descontente com o mundo. Encontrou-se no olho do furacão de desordem que eram seus sentimentos até a chegada dela... Ela. Ele não sabia seu nome, sobrenome, endereço. Tudo que ele pode conhecer foi...