Capítulo 3 - Maktub

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Escrita com Nm478xP


"Ela pode vir a mim das sombras do passado"


Era madrugada na Cidade do México e todos dormiam na mansão Lancaster, inclusive Maria. Só que a diferença dos demais que dormiam na sua casa, era que ela estava tendo um sonho não muito comum.

"Maria se encontrava em um lugar diferente e incomum dos ambientes que estava acostumada. Ela estava dentro de uma sala muito clara, onde não havia moveis, um ambiente grande e espaçoso, as janelas estevam abertas, suas cortinas brancas balançando com a brisa leve que entrava por elas. Dentro desta sala só havia quadros, pinturas da mais diversas, se via que a pessoa que pintava tinha um talento nato. Ela caminhava entre os quadros; estava ela com um vestido branco e com os cabelos soltos e sem maquiagem, Maria estava se sentido uma sensação em seu peito que era estranha de tão boa. Aquele lugar transmitia uma espécie de paz que era indescritível, mas o que mais chamava a atenção dela, era que muitos quadros tinham a sua imagem, era tantos quadros que ela se perdia. Ao se aproximar da janela com cortinas brancas ela teve a visão de um lindo gramado verde, com um pequeno jardim. Mas o que mais lhe chamou atenção foi a imagem de um homem que caminhava em sua direção, era estranho como ela não conseguia visualizar seu rosto. Não havia nada, além de seus olhos verdes.

- O que você quer de mim? - perguntou antes de ser puxada para fora daquele devaneio."

Maria já se encontrava sentada em sua confortável cama, estava assustada pois nunca teve um sonho tão real, na verdade já havia muito tempo que ela não tinha sonhos.

Despejou um pouco de água da jarra em seu copo levando aos lábios e depois colocando de volta à cômoda, então seus olhos foram chamados para o retrato de moldura escura e pequenos detalhes dourados que estava ali. Era uma foto sua e de Diego, um mês antes do acidente que tirou sua vida. Estavam felizes, Diego lhe abraçava por trás com a cabeça em seu ombro coberto pelo casaco vinho e em seu pescoço, quase imperceptível o colar que havia ganhado de seu pai quando ainda tinha 7 anos. Era mais que um colar, era uma promessa. Promessa de que ela nunca seria esquecida como a palavra árabe que estava gravada na face de trás da medalha. Zahir. Se visto ou tocado jamais esquecido.

Passou a mão em seu colo sentindo o espaço vazio onde aquele objeto tão valioso deveria estar. Sentia-se extremamente culpada por tê-lo perdido naquela noite em Londres enquanto ajudava um estranho que sequer sabia o nome. Ela desejava poder lembrar de seu rosto ou pelo menos o que falou com ele, mas parecia que a carga dos anos sem descanso havia varrido isso de sua memória de uma forma impressionante.

(...)

Estevão arrumou os últimos detalhes dos seus negócios antes de embarcar às 6h levando suas poucas malas, seus quadros e seu fiel companheiro. Felipe era o que mais o preocupava em relação àquela viagem, nunca havia sido transportado em um avião visto que as vezes em que Estevão tivera que viajar sempre deixou o cão aos cuidados de Fernando. Porém parecia que sua preocupação não era compartilhada com seu amigo de quatro patas que assim que chegou a sua caixa de transporte no tamanho confortável para ele no porão da aeronave tratou de deitar-se tranquilo como se tivesse o feito mil vezes.

O relógio já marcava 11h da manhã no México quando o avião pousou no aeroporto internacional. Assim que saiu de seu acento na primeira classe, certificou-se de que Felipe estava bem e que a companhia aérea que havia escolhido de fato atendeu adequadamente seu companheiro. Depois de tirar o husky da caixa de transporte encarregou suas malas à dois funcionários de que estavam a sua disposição e os orientou a ter um cuidado extra com seus quadros de parede que estavam embalados.

Leve-me ao Seu CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora