Escrita com Nm478xP ❤
"Ela pode ser cem coisas diferentes dentro da medida de um diaEla, cujo os olhos podem ser tão secretos e orgulhosos
Ninguém pode vê-los quando eles choram
Eu pegarei suas risadas e lágrimas e farei delas todas as minhas lembranças"
Maria sentia seu peito subir e descer em uma respiração descompassada, em seu pescoço a conhecida sensação do calor de irritação. Suas mãos ainda seguravam firme o cabo da arma cujo cano gélido encostava no peito do homem a sua frente coberto por uma camisa escura. Seus olhos claros encontraram os dele de uma forma intensa.Olhos verdes
Sonho
Não! Repreendeu-se imediatamente ao perceber que seu cérebro estava novamente fazendo aquela associação absurda. Foi como despertar de um transe quando sentiu as pontas dos dedos frios tocarem sua pele onde a blusa cinza não cobria. Ele fez tudo mantendo os olhos nos dela. Sua mão grande, envolveu o pulso fino, enquanto a outra mão lhe tirou delicadamente a arma. Ele aproximou-se da mulher a sua frente lentamente ainda mantendo o contato até que estivesse nem sequer a um passo de distância, sua mão esquerda segurava suavemente o pulso dela, estava tão próximo que pôde apreciar seu belo rosto mal iluminado pelo cair da noite, os olhos estavam escuros e o perfume de baunilha que vinha dela parecia exalar ainda mais cada vez que ele puxava ar para si. Esteve tão perto que ele cogitou tocar seu rosto para ter certeza de que era real, até que ela se afastasse novamente estabelecendo o espaço entre eles.
Maria passou as mãos no cabelo depois de definir uma distância segura, ainda sentindo sua respiração desregulada, o homem a sua frente a olhava curioso, como se estivesse atento ao próximo passo dela. O que acabara de acontecer para Maria era estranho. Era curiosa a forma como ele lhe tirou a arma sem desviar os olhos dos dela, como aproximou-se e não houve resistência. Toda aquela situação vista por completo não lhe causava nada além de estranheza e confusão.
- Eu já pus minhas cartas na mesa, Maria. Te disse minha condição para que isso esteja longe das mãos da polícia. Resta a você me dar uma resposta, mas não vou te cobrar isso agora. Tem até a meia noite de amanhã para decidir. - A voz dele cortou o silêncio.
- Acha que seu plano perfeito vai dar certo?! Sequestrou os seguranças também para que eles não contassem nada do que viram?! - ela perguntou sem dar importância ao que ele tinha dito, o tom de raiva contida estava de volta em sua voz.
- Apenas confie em mim. - Ele decretou sério.
- Não mesmo. - Maria disse depois que uma curta risada sem vontade saiu de seus lábios. - Devolva a pistola. - Esticou a mão.
Estevão a olhou hesitante antes de retirar o cartucho de balas e colocar no bolso de sua jaqueta entregando de volta a arma para ela e recebendo um olhar incrédulo em troca.
- Essa é minha garantia de que não vai tentar nada novamente. Você já sabe: até a meia noite de amanhã. Por favor, vá na frente, não quero te deixar sozinha aqui.
Ela lhe lançou um último olhar que ele não soube distinguir se era raiva ou nojo; ou os dois, antes de rodear seu carro e o manobrar até que pudesse sair dali com o som dos pneus cantando.
Assim que Maria se afastou com seu carro Estevão estava em êxtase, mas o sentimento não era bom. Ele não sabia como que tinha conseguido chantageá-la daquela forma, seu coração estava estraçalhado, pois sabia que ela não estava bem, mas era o único jeito de tê-la por perto. Ele passou sua mão pelos cabelos e se dirigiu para o seu carro, estava em um local deserto e não era bom ficar ali sozinho por muito tempo. Adentrou no seu carro e começou a se dirigir para casa, passou todo o caminho sentindo um aquele peso no peito, não era certo e nem ético o que ele havia feito, não era do perfil de Estevão San Roman fazer uma coisa dessas, principalmente contra uma mulher. Estava se sentido cada vez pior por lembra sobre esse fato, mas o que lhe atormentava verdadeiramente era que ele não queria voltar atrás, era melhor ter Maria lhe odiando, mas perto do que vê-la longe. No caminho para sua casa ele se perdia em lembrar na feição que ela tinha, não foi nada fácil mirar aqueles olhos verdes e constatar medo que eles transmitiam, mesmo que por uma fração de segundos, não era para menos, ele era a pessoa que ela mais odiava, e agora a esteva chantageando, afinal que outra reação poderia esperar da mulher?
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Leve-me ao Seu Coração
RomanceEstevão San Roman passou uma boa parte de sua vida descontente com o mundo. Encontrou-se no olho do furacão de desordem que eram seus sentimentos até a chegada dela... Ela. Ele não sabia seu nome, sobrenome, endereço. Tudo que ele pode conhecer foi...