Epílogo

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               Dezoito anos atrás...

    O relógio indicava exatamente 23hs17min., apesar da noite clara de verão, o vento soprava gélido na cidade de Port Royal, as ruas estavam silenciosas e pouco se viam civis entre elas.

     Em uma casa situada aos arredores do centro da cidade, uma jovem mulher estava em trabalho de parto.

— Força senhora, falta pouco! — Exclamou a empregada, que auxiliava sua patroa.

— E-eu não consigo mais senhora Connor!  — A mulher agarrava-se aos lençóis abarrotados na esperança de conter sua dor.

    Como as dores haviam sido antes do esperado, a parteira ainda não havia chegado a cidade, não dando outra opção a Katherine, que não fosse confiar em sua criada.

— Mas precisa! Lembre-se que é o bebê que a senhora e o senhor Brodbeck tanto aguardavam!

    Nesse momento Katherine Brodbeck fechou os olhos e respirou profundamente, usando toda energia que ainda havia em seu ser, perdendo a convivência em seguida.

— Senhora a criança nasceu, e é um… — Heloísa notou que o recém nascido não se movia e estava com o corpo roxeado. Ela logo notou que não havia respiração ou batimentos cardíacos, o bebê estava morto — Senhora Brodbeck eu… senhora? Katherine? — A mulher também notou que sua patroa havia desmaiado, então colocou a criança em um cesto e correu para socorre-la.

    Katherine estava febril por conta de sua fragilidade e todo esforço que fez, rapidamente Heloísa preparou uma compressa de água morna com um remédio e colocou sobre a testa da mulher. Retirou todos os preparos que havia utilizado para o parto, deixando tudo pronto para quando ela acordasse. 

   A criada em meio às lágrimas, procurava forças para contar a sua patroa que o pequeno James — nome que seria dado a criança caso fosse um menino — estava morto.  Ela sabia o quanto a família estava afoita com a chegada de seu primeiro filho, e o quanto Robert estava esperançoso para que fosse um menino. Na época o homem era apenas um guarda no forte, e sonhava sem subir sua patente para que um dia seu filho viesse a seguir o mesmo caminho.

    Heloísa se espantou com as batidas na porta, estava sozinha pois era a única empregada na casa. Caminhou para o hall afim de atender ao chamado. Quando abriu a porta ficou surpresa com a presença de seu marido Peter. O homem trazia consigo um cesto coberto com um pano.

— Oh querido! O que faz aqui a essa hora?

— Me perdoe querida, mas não pude me conter em mostra-lhe algo — Peter parecia nervoso.

— Estou muito ocupada, a senhora Brodbeck entrou em trabalho de parto antes do previsto e como só estávamos nós duas aqui eu me encarreguei de tudo, entretanto… — Ela pausou entristecida — O bebê não resistiu…

— E-eu sinto muito… e como ela está?

— Dormindo, felizmente ainda não sabe o que houve com o filho... será uma tragédia para essa família.

— Bem, talvez possamos evitar… — Peter descobriu parte  do cesto, revelando um pequeno recém nascido enrolado em uma manta.

— Por Deus Peter! De quem é essa criança? Por que está com ela?! — Heloísa exclamou assustada.

— Peço que acalme-se, posso explicar… Eu estava voltando da pescaria com os marinheiros, decidi caminhar um pouco pela praia quando avistei esse cesto a beira mar, fui até ele e vi esse bebê. Heloísa, provavelmente ela veio do mar, talvez um presente dos deuses para a família Brodbeck — O homem concluiu por fim.

Piratas do Caribe E o Coração de NirinaOnde histórias criam vida. Descubra agora