Del Noble

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    O sol dourava levemente a pele daqueles marujos que a muito já estavam de pé cuidando de seus afazeres, ainda não sabiam de sua nova aventura mas estavam ansiosos para saber por que Jack lhes acordaram tão cedo para seguirem suas novas ordens.

    O pirata olhava em sua bússola na tentativa de encontrar o que mais queria naquele momento, mas sem sucesso. O apetrecho de navegação apontava para vários destinos e aquilo o deixou impaciente, fechou a bússola e a prendeu em seu cinto. Da popa do navio Jack viu a silhueta feminina aparecer no convés, tapando sua visão dos raios solares.

    Quando saiu da cabine Moira foi cumprimentada pelos marujos com sorrisos bem humorados. Estava um pouco confusa pois não se recordava quando eles se tornaram tão educados. Seria sua visão sobre os piratas tão distorcida assim? Pelo menos eles não queriam matá-la como os arruaceiros de Tortuga.

     Ela olhou para cima e viu o capitão do Pérola Negra a frente do timão, então subiu as escadas para seu encontro.

    — Oh! Vejo que descansou bastante senhorita Brodbeck — Jack sorriu para a moça que não parecia bem humorada como na madrugada anterior.

  — Meu estômago está revirando, nunca mais beberei uma gota de rum — Moira respondeu escorando seus braços sobre a velha madeira a frente do leme. Jack sorriu de canto e o silêncio entre eles se fez presente por algum tempo.

 — E então, qual é a sua história? — Disse o pirata iniciando um diálogo.

 — Pelo que me lembro já lhe contei — Respondeu indiferente.

 — Mas não de forma clara — O pirata insistiu.

     A bela então se virou para ele e após suspirar em falso cansaço contou-lhe sua história.

  — Desde que nasci nunca sai de Port Royal. Cresci junto a Daniel filho de uma antiga criada em minha casa. Ao contrário de mim, ele sempre quis sair da cidade e navegar pelo mundo... O único motivo para não ir eram seus pais, mas há alguns dias descobriu que a família que o criou não era deveras a sua, Daniel havia sido encontrado no mar por um pescador ainda bebê, então ele partiu para Del Noble pois seu maior desejo era viver no mar como um… —  Moira pausou pensativa por uns instantes — Como um pirata.

  — O rapaz é esperto, gostei disso.— Diz Jack com um sorriso.

  — Como? Daniel é um bom homem, se tornar um pirata só irá condená-lo à morte!   — A jovem ficou aborrecida.

  — Veja pelo lado bom… — Sparrow pensou por alguns instantes analisando o que Brodbeck havia lhe contado — Quantos anos tem esse garoto?

  — Dezoito, temos a mesma idade, por que?

  — Terra à vista! — Gritou um dos marujos do cesto da Gávea...

  — A praia... — Brodbeck disse entristecida.

  — Não. Aquele pequeno pedaço de terra ao longe que provavelmente deve está cheio de homens que eu adoraria nunca mais encontrar-me se chama Isla Del Noble. — Jack finalizou fitando a ilha.

  — Jack... — O sorriso de Moira contagiava o ego de Sparrow — Obrigada...

 — Não por isso amor — Sorriu — E para provar que nem todo pirata é cruel, ajudarei você a encontrar o seu precioso Daniel — Os dois sorriram um para o outro

    Desde que entrou a bordo do Pérola Negra Moira tem se surpreendido com o que via e em especial, com as atitudes de seu capitão. Mas a garota não era simplória a ponto de acreditar que Jack Sparrow, o pirata mais trapaceiro e manipulador que já ouviu falar, iria simplesmente ajudá-la encontrar seu amigo sem nada em troca. O pirata queria algo, mas ela ainda só não sabia o que.

Piratas do Caribe E o Coração de NirinaOnde histórias criam vida. Descubra agora