Salvando o coração

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— E então, qual a sua decisão? Lembre-se que quanto mais hesitar, menos tempo tem para impedi-los — Smee a pressionou com um sorriso discreto.

   Não era uma escolha fácil, Moira sabia das consequências de cada uma, e o quanto seria doloroso conviver com aquilo caso o pirata deixado para trás, ficasse para trás. Entretanto, ao olhar nos olhos de Brook e ver sua ambição, a garota encontrou forças para tomar a decisão que ela considerava cabível ao momento.

— Acho que não lhe disseram algo muito importante pirata… — Brodbeck abriu um sorriso ao ver Smee arquear a sobrancelha confuso — Eu confio no Daniel.

   A jovem de maneira rápida conectou a caixinha de música no local destinado. Os desenhos e escritas na parede começaram a brilhar e se moverem, um som de correntes sendo arrastadas se fez presente. A entrada começou a se abrir e  uma forte ventania surgiu lá de dentro.

— Vadia! O que você fez?! — Smee exclamou tentando manter o equilíbrio.

— O que devia ser feito! — Exclamou a garota protegendo seu rosto do vento. Notou que ele iria atacá-la, então em rampante se virou e foi surpreendida com uma espada cruzada com a do rival — Will?!

— Vai! Estarei logo atrás de você! — Turner forçou sua espada contra a de Brook, o fazendo recuar alguns passos mas ainda permaneceu em posição de batalha.

— Jack, Elizabeth e os outros estão a mercê do Corsário Morgan lá em baixo!

— Certo, quando eu acabar aqui irei até eles, será rápido! — Ele provocou seu adversário que irritado novamente deu início ao peleja.

    Enquanto os dois se enfrentavam, Moira adentrou ao templo correndo, não via nada por conta do breu em que se encontrava o local, fez uma parada brusca assim que ouviu um ruído, estremeceu, pois nada tinha para se defender além dos punhos.

   Para sua surpresa, tochas de fogo se acenderam pelas paredes, mostrando o caminho adentro, olhou para baixo e viu que por muito pouco não cairia em um abismo. Estava em uma espécie de ponte mas sem acesso ao outro lado, o templo era infinitamente maior por dentro do que ela poderia imaginar. 

     Brodbeck olhou para os lados a procura de algo que a ajudasse a atravessar a vala, mas não obteve sucesso algum.

— Maldição… — Voltou alguns passos para trás afim de ganhar impulso, saltar era sua única opção, e mesmo  temendo não poderia se dar por vencida e recuar. — Calipso eu sei que estou aqui para tomar o que é seu, mas o motivo é nobre acredite — Após suas palavras, ela correu o máximo que pôde e saltou rumo ao outro lado da ponte.


— — —

    As mãos calejadas e retalhadas escorriam sangue, assim como seu ferimento no tórax que naquele instante já se encontrava exposto. A visão turva de Daniel já não o deixava esquivar-se das investidas de Hector, entretanto, o jovem mantinha um sorriso vitorioso no rosto. O velho capitão cambaleava exausto, tentava manter-se de pé a todo custo, mas tinha que admitir que havia subestimado o rapaz, estava com vários cortes, uns mais profundos que outros, e um acima do olho esquerdo que consequentemente escorria sangue, o obrigando a usar apenas uma visão.

     Em suas inúmeras batalhas, jamais havia chegado a tal estado deplorável, não era atoa que foi considerado um dos capitães pirata mais sanguinário que já existiu nos mares, mas Connor, o tratador de cavalos de Port Royal, conseguiu fazer o que todos seus inimigos almejavam. Barbossa chegou a pensar que em uma batalha final, somente um pirata poderia fazê-lo chegar aquele nível, seu nome era Jack Sparrow.

Piratas do Caribe E o Coração de NirinaOnde histórias criam vida. Descubra agora