A Deusa

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    Ao longo dos anos a Baía das lamentações vinha sendo mencionada em várias histórias assombradas. Os homens do mar que foram corajosos o suficiente para aventurar-se rumo ao local estavam mortos ou loucos, alimentando a imaginação daqueles que optaram por manter distância da ilha e seus perigos. Vários relatos eram contados, mas ninguém jamais havia dito qualquer coisa sobre a água tóxica ou até mesmo sobre a ilha submergir, talvez porque todos que haviam permanecido na ilha haviam morrido ou sobreviver aquele fenômeno era apenas uma dádiva concedida a Jack e os demais ali presentes.

   Ao abrir os olhos o capitão parecia não acreditar no que presenciava, em seus milhares de sonhos com aventuras que marcariam época, o pirata de dreads jamais cogitou a hipótese de  sobreviver no fundo do mar.  Toda a ilha estava dentro do mar, entretanto, podia-se respirar normalmente pois o grande pedaço de terra estava protegido por uma energia que não podia ser vista mas sentida. Moira olhou para o lado e viu uma baleia passeando pelas águas, olhou para cima  e  também notou um cardume de mais variadas cores, não havia como não se impressionar com a bela visão fornecida a eles.

  — Jack... — Brodbeck procurava palavras para aquele momento mas não conseguia expressar nada além do nome do pirata.

     Ele desfez o contato com a jovem e desceu alguns rochedos, tudo estava escuro como a noite, mas com um brilho todo especial, a água azul que tanto impressionou os piratas agora brilhava como luzes neon, iluminando os caminhos.

  — Preciso diminuir com o rum  — Sparrow comentou atônito.

 — Creio que não seja uma quimera capitão... — A garota também desceu e se juntou a ele — Estamos mesmo no fundo mar... Jack, nós temos que encontrar Daniel, Elizabeth e a tripulação.  — Ela evitava pensar no pior mas a incerteza de que seu amigo tivera a mesma sorte que ela de está vivo assolava sua mente. Deu alguns passos mas parou de repente, chamando a  atenção do outro.


— O que foi? Vamos lá buscar o seu namorado — Ele pegou na mão da garota e a sentiu gelada como uma escultura de gesso. Confuso ele balançou a mão frente ao rosto da jovem, mas os olhos dela continuavam imóveis. Jack logo detectou que Moira estava enfeitiçada e que aquilo só poderia significar uma coisa.

    Partículas de água flutuavam no ar violando as leis da gravidade. Sparrow sentiu um calafrio, então fez uma careta virando-se de costas para a garota. A água turquesa começou a se reunir em um determinado ponto quase em um tornado,  criando uma forma. Ele arqueou a sobrancelha observando a silhueta feminina aparecer, com um vestido  arrastando pela vegetação e cabelos longos e flutuantes, tudo formado pela água.

  — Jack. Sparrow…

  — Tia Dal… Calipso…

      A Deusa caminhou de forma sedutora até o pirata, ficando bem próximos.

  — Como eu disse uma vez; Sabia que os ventos o traria de novo para mim — Seu tom de voz era sereno e Jack abriu um largo sorriso mostrando seus dentes amarelados. Porém o sorriso se apagou quando ela o segurou pelo pescoço erguendo-o do chão. — Você  me aprisionou!

 — T-tecnicamente… foi a pri-primeira corte d-da irmandade e não eu... — A voz de Sparrow saia rouca e pausada.

— Mas você é um dos nove lordes piratas, você é mais um dos malditos  gananciosos que querem tomar  o que sempre foi meu! — Ela jogou o capitão sobre uma árvore.

    Ele tentou se erguer tossindo bastante com as mãos no pescoço.

 — Cof,cof... Moira tinha razão, isso dói — Sparrow sussurrou para si mesmo. — Calipso eu entendo que está furiosa conosco mas…

Piratas do Caribe E o Coração de NirinaOnde histórias criam vida. Descubra agora