Baía das Lamentações

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    Horas se passaram desde a última batalha que enfrentaram, e mesmo com muitos feridos, o Holandês Voador e o Pérola Negra continuavam a navegar a todo pano. Muitas dúvidas foram criadas na mente de cada marujo, dentre elas, como fora possível os jovens sobreviverem a onda gigante. Era certo para eles que Daniel era um semideus, mas até então um semideus sem poderes e tendo ele negado a participação de Calipso, tornava-se tudo ainda mais complexo. Mas em geral parecia está tranquilo nas embarcações, entretanto…

 

                   No Holandês

    Daniel passou a maior parte do tempo evitando contato com a tripulação e sentado à beira da amurada, seus pensamentos pareciam distantes e preocupados. O rapaz nunca acreditou de fato ser a criança da profecia, mas com a conclusão precipitada de Barbossa e outros, sentiu que isso o ajudaria a ganhar tempo para arquitetar um plano a fim de salvar Moira e pegar o colar para si. No entanto, agora que havia descoberto a verdade sobre sua preciosa amiga, ele estava confuso, era apenas questão de tempo  até que os capitães notassem que Daniel era uma farsa, e ele nada tinha em mente para virar o jogo a seu favor.

    O que mais castigava o jovem rapaz era não conseguir encaixar as peças daquele quebra cabeça. Heloísa havia dito ao filho que trabalhava para a família Brodbeck, antes mesmo do nascimento de Moira. Mas nunca mencionou o fato da menina ser adotada ou algo semelhante. Embora falar a verdade não fosse algo que a mulher fizesse com frequência.

    Connor revirou os olhos ao lembrar sobre seu passado escondido. Certa vez, ela chegou a comentar o quanto a senhora Brodbeck ficava encantadora em suas gestações e agora nada mais fazia sentido. Mais do que nunca, o jovem desejava retornar a Port Royal para obter respostas. Porém já havia ido longe demais e tudo que lhe restara no momento era assegurar-se que Moira ficaria bem.

— Podemos conversar? — Will se aproximou tirando o rapaz de seus pensamentos enigmáticos.

— Se quer o colar terá que entrar na disputa junto a esses malditos capitães. Não pense que nossa amizade lhe dará algum benefício. — Daniel respondeu com indiferença. Não estava com raiva de William, mas desapontado por descobrir no último momento que seu amigo também tinha interesse no colar e que pretendia usá-lo para obter o objeto místico.

— Eu sei que está chateado. Me perdoe Daniel...  — Turner ponderou alguns instantes, sabia o quanto havia sido desonesto com o amigo, mas agora pretendia reparar o erro cometido. — Garanto a você que não é o poder dos mares e oceanos que me interessa. Minhas intenções são unicamente por amor.

  Nesse instante, o jovem curioso fitou o outro.

 — Amor?

  — Sim... 

        

 

                     No Pérola

     Jack estava sentado em uma cadeira com os pés apoiados sobre a mesa. Pensativo girava o cordão que prendia sua bússola que agora apontava para o Holandês Voador, era evidente que o capitão não tinha mais interesse algum no navio fantasma, entretanto, havia alguém a bordo da embarcação que pairava em seus pensamentos há algum tempo.

     Gibbs analisava o mapa arredondado a fim de confirmar se estavam no curso certo. O velho imediato estava afoito para ver o fim daquela aventura, não por conta do colar já que isso não lhe interessava tanto, mas sim porque queria saber o que Jack faria a respeito dos sentimentos que negava a si próprio.

Piratas do Caribe E o Coração de NirinaOnde histórias criam vida. Descubra agora