Prólogo

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    O silêncio e a escuridão tomavam conta daquele espaço. O lugar formado por águas calmas tinha a vegetação densa e na maioria em decomposição, tornando o ambiente sombrio e melancólico. Apenas um bote vagava por aquele pântano naquela noite. Uma mulher que tinha seu corpo coberto por uma capa escura, remava calmamente em direção ao mar aberto.

    O barulho das ondas se tornavam presentes, indicando que estava chegando ao seu destino. A mulher parou de remar observando a luz do luar se encontrar nas águas, e em seguida se virou para pegar um cesto oval feito de palha e bambu. Dentro dele havia uma espécie de manta que cobria um bebê. A misteriosa mulher que estava com parte do rosto coberto sorriu para aquele pequeno ser adormecido.

    — “No horizonte posso ver, o futuro a me esperar, pelas águas navegarei, pois sou fruto da terra e do mar...” — A mulher cantarolou — Tudo ficará bem minha criança. — Disse passando os longos dedos no alto da cabeça do bebê.

    Então lentamente ela colocou o cesto sobre as águas, dando um leve impulso para que ele seguisse adiante. Não haveria problemas pois o mar estava mais calmo do que de costume. Qualquer homem do mar diria que tal fenômeno era obra dos Deuses. Ela observou atentamente o cesto com a criança desaparecerem do alcance de sua visão.

   — Um toque do destino...

— — —

Dezoito anos depois…

Moira, acorde... Moira, desperte...”

    A jovem abriu os olhos repentinamente e sentou-se em sua cama, em seguida percorreu os olhos por todo cômodo a procura da pessoa a quem pertencia aquele timbre suave, mas não havia ninguém ao seu redor, assim como todas as outras vezes que ouviu aquela voz desconhecida. Olhou para a janela e viu que o sol já brilhava com intensidade sobre o céu, então se levantou e seguiu até a janela, fez uma careta involuntária ao ter contato com toda aquela luz, mas em seguida respirou fundo e apoiou seus cotovelos sobre o parapeito. A jovem tinha lindos cabelos ondulados no tom castanho, sua pele era alva e seus olhos como os mares do Caribe.

     Após alguns instantes ela decidiu trocar aquela camisola branca por um vestido, já que havia acordado, era hora de sair de casa. Desceu as escadas com um vestido nas cores preto e verde escuro, na frente ele era trançado e por baixo usava uma blusa de mangas que deixava seus ombros a mostra, seus cabelos estavam presos para o lado com uma presilhas dourada em formato de flor.

  — Bom dia querida! Já de pé tão cedo? — Perguntou uma mulher com alguns fios de cabelos claros. Ela já estava acostumada a ver a garota desperta apenas pela tarde.

  — Bom dia mamãe. Acho que não me querem na cama — A jovem respondeu ao abraçar a mulher.

   — Que bobagem Moira, do que está falando? Já sei, está novamente chateada com o rumo que a história do seu livro favorito está tomando? — A mulher partiu o contato para encarar o rosto da filha.

   — Não, não é nada disso. Estou em um capítulo ótimo para ser sincera...Onde estão o papai e o Alec?

  — O seu pai já foi trabalhar e Alec saiu cedo para ir ao porto.

  — Bem, eu também estou de saída. Não brigue comigo por não tomar café da manhã com a senhora. Estou sem fome — Moira finalizou beijando o alto da cabeça de sua mãe e saiu ao som de repreensão da mesma.

    Assim que deu as costas o semblante de sua mãe se tornou sério. Ela suspirou pesadamente e foi até a janela ficando a observar a garota partir.

    Moira era filha de Katherine e Robert Brodbeck. Seu pai era comodoro da marinha real britânica, um homem respeitado por todos e que sempre lutou pela paz, e sua mãe uma senhora elegante e refinada. A família também contava com Alec o caçula de dez anos. Moira e sua família residiam em Port Royal e a garota não conhecia outra cidade ou país, pois algo sempre lhe impediu de explorar novos horizontes.

Piratas do Caribe E o Coração de NirinaOnde histórias criam vida. Descubra agora