Capítulo 30

659 84 18
                                    

Olá meus amores, a quanto tempo né? 

Não me matem, estava trabalhando horrores e não tinha tempo nem para respirar.

Eu trabalho até domingo omg :'( 

Em 26 de outubro, nem quatro horas depois de Lauren e eu darmos os toques finais na nova armadilha de pedra calcária, quartzo e moisanita, meu celular apitou com uma mensagem de texto. Eu estava no chuveiro, tirando a espuma do meu cabelo e tentando ignorar como a água parecia ficar mais gelada a cada dia. Sem eletricidade significava sem água quente. Se o monóxido de carbono expelido não matasse Tyler, eu instalaria um gerador dentro da casa só pra ser capaz de tomar um banho quente novamente.

Continuei enxaguando meu cabelo, sem me apressar para ler a mensagem porque estava na hora de Allyson enviar suas atualizações diárias, fazendo com que eu soubesse que tudo estava bem na parte dela. Se fosse urgente, ela não mandaria mensagem de texto. Para conservar a bateria do meu telefone nós não conversávamos verbalmente e, para ser honesta, era mais fácil mandar uma mensagem de texto de volta ―sem novidades do que admitir em voz alta que ainda não tínhamos encontrado a última mulher. Todos nós observamos a contagem regressiva dos dias no calendário com um temor crescente.

Griffin não tinha aparecido tanto quanto na última semana. O conhecimento de que ele estava, provavelmente, dividindo seu tempo entre preparar seu cúmplice para o sequestro da mulher e expandir sua tormenta sobre ela era suficiente para fazer eu me sentir em um permanente estado de náusea. A menos que a encontrássemos, aquela mulher tinha somente umas cem horas de vida.

Éramos só eu e Lauren na casa agora. Ian, Tyler e minha mãe estavam no shopping Southern Hills. Ian rondava para procurar sua própria versão de comida e minha mãe vigiava Tyler para o caso de Griffin tropeçar neles por acaso. Com esperança, logo minha mãe seguiria a orientação de Ian e iria variar sua dieta. Eu meio que me perguntei se era por isso que ele insistia em sair com tanta frequência e levar eles, porém também fosse só um caso de tédio combinado com febre de cabana.

Depois de sair do chuveiro e me secar de forma rápida e eficiente, peguei o celular da bancada e li a mensagem. Meu primeiro pensamento foi que era ilegível. Letras, símbolos e números colocados juntos sem espaços, alguns repetidos, alguns não. Talvez o telefone da Ally tivesse chacoalhado dentro da bolsa ou do bolso da calça e meu número foi rediscado por engano; eu já tinha discado por engano com a minha bunda, para alguém dos meus contatos. Mas essa não vinha do celular de Allyson. Era do número de Elisabeth. Olhei a mensagem mais de perto.

6THST5360#(SC5360WEST^THSC5360WEST6THSTSC

Precisei ler mais duas vezes antes de entender o padrão.

— Cinquenta e três sessenta Oeste Rua Seis, Sioux City. - Falei em voz alta. Então mais alto, com o excitamento correndo pelas minhas veias como um relâmpago. — Cinquenta e três sessenta Oeste Rua Seis, Sioux City. Puta merda, ela conseguiu! Elisabeth a encontrou!

Mas porque sua mensagem estava uma bagunça? Quando Elisabeth mandou uma mensagem com o endereço de Francine semanas atrás, tinha sido limpa e distinta. Essa parecia que ele tinha tentado digitar enquanto fazia malabarismo ao mesmo tempo. O que a faria mandar uma mensagem tão truncada que corria o risco de eu não entender?

Assim que Lauren entrou no quarto eu descobri, e encontrei seu olhar com uma mistura de esperança e raiva.

— Elisabeth a encontrou. - Repeti. — E parece que ela mandou a mensagem de texto com o endereço da mulher enquanto tentava afastar Griffin, então Tyrone sabe que ela a encontrou, o que significa que ele também sabe que estamos a caminho.

Night Huntress Vol #6Onde histórias criam vida. Descubra agora