Capítulo 26 L7

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Gold reconheceu Simon. Assim que o viu, ele soltou um grito animado de "Simmy!" Meu tio recuou, ou por simpatia pelo que seu inimigo se tornou ou por aversão ao apelido horroroso.

Não importou. Simon continuou, dia e noite enquanto Gold balbuciava sobre coisas sem sentido, como sobre o quão triste ele estava porque o sorvete aqui era terrível - não era, acontece que o paladar do Gold só amava carne crua, um fato que sua mente ainda não registrou -ou o quanto ele queria brincar no quintal - não iria acontecer, nós não queríamos que ele comesse os vizinhos do Mencheres. Após os primeiros dias de baboseiras insuportáveis, eu nem teria mais me incomodado em ouvir, exceto que, de vez em quando, como um raio de luz em um quarto escuro, algo lúcido surgia.

— Eu estou muito descontente com o progresso deles, Simmy. - Gold disse outro dia. — Eles já deviam ser capazes de replicar o DNA dela a essa altura.

— Você está falando do DNA da Estrabão? - Simon respondeu em um tom cuidadosamente neutro.

— O dela, também. - Gold soava irritado. — Mas após sete anos, nada!

Eu não posso deixar todos os meus ovos em uma única cesta... Hehe. Ovos.

Tenho que esperar anos por mais deles...

Apesar de Simon tentar levá-lo de volta ao tópico, ele mudou de ovos para estar com fome novamente, e depois que isso acontecia, nada mais importava. Então, depois que ele acabava de comer, ele caía no sono. Por tudo o que eu sabia, ele agora podia dormir chupando o dedo. Eu não tinha certeza, porque nunca entrei em seu quarto. Eu o fazia se lembrar da Lauren, em sua mente quebrada, e Lauren o deixava em um terror inconsciente.

Simon, entretanto, parecia acalmar Gold, algumas vezes fazendo-o se lembrar de antigas crueldades.

— Eu roubei o seu trabalho depois que você morreu. - Gold disse ontem em um sussurro feliz. — Roubei seus soldados, também. Eles logo estarão mortos.

Antes que Simon pudesse responder aquilo, Gold estava jogando Espião. O jogo não deveria durar muito, já que seu quarto era de concreto e sem janelas, mas Gold o esticava por horas. Se Simon fosse sólido, ele poderia ter batido a cabeça contra a parede só para bloquear a tagarelice infinita. Eu queria, mesmo estando ali só há vinte minutos.

A verdade era que eu não tinha muito mais o que fazer. Zayn, Ian e Fabian ainda não tinham encontrado Katie. Como uma criança sem dinheiro e sem experiência no mundo normal podia se esquivar de dois vampiros e um fantasma, eu não tinha ideia, mas ela conseguiu. O pessoal do Mencheres ainda não tinha conseguido nada dos discos rígidos queimados, então sem pistas para perseguir ali, também. Lauren mal podia suportar estar sob o mesmo teto que Cowell, muito menos ouvir ele e Gold falar sobre bobagens por horas, então eu não podia pedir a ela para pegar meu turno. Além do mais, as poucas coisas racionais que Gold dissesse provavelmente fariam Lauren espancá-lo novamente.

Após seis dias não descobrindo nada além do que já sabíamos, eu estava de saco cheio. Gold parecia ser inútil para colher informações sobre o seu patrocinador secreto, mas talvez houvesse algo mais que nós pudéssemos fazer para encontrar Katie. Eu conhecia alguém muito bom em rastrear atividades paranormais, e, como bônus, ele não era membro de nenhuma linhagem de mortos-vivos.

Foi assim que Lauren e eu acabamos na Comic Com de San Diego.

Eu já vi um monte de coisas estranhas na vida, mas essa convenção de ficção científica e fantasia conseguiu me surpreender. Não era pra menos; cadáveres reanimados por mágica, transformados em pálidos assassinos invencíveis ombro a ombro com Wolverine, Xena, Chewbacca, Curinga, Mulher Maravilha e uma Princesa Léia de biquíni metálico – e isso só enquanto esperávamos na fila para pegar nossas credenciais.

Night Huntress Vol #6Onde histórias criam vida. Descubra agora