Capítulo 3 L7

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Essa é a minha sorte... quando eu não quero falar com o Simon, eu não consigo fugir dele. Agora que eu preciso falar com ele, ele não está em lugar algum.

Após dois dias esperando que ele aparecesse, minha paciência acabou. Em algum lugar lá fora, meus amigos estavam em perigo, e cada segundo que passava poderia estar levando-os mais perto da morte. Uma vez, eu fui capaz de invocar fantasmas a quilômetros de distância, eles querendo vir ou não, mas esse poder, como todos os outros que eu absorvi quando bebi sangue morto-vivo, desapareceu. No seu estado incorpóreo, eu não podia ligar, mandar mensagens ou e-mail para meu tio para exigir que ele aparecesse, mas havia outra forma de contatá-lo, apesar de isso requerer uma viagem.

Lauren e eu chegamos ao shopping-center de Washington, D.C., quando o sol estava se pondo. As luzes ainda estavam acesas na Floricultura Helena de Tróia, iluminando os vários arranjos de flores que a loja vendia. Mais importante era o homem afro-americano que eu vislumbrei entre as flores, sua blusa vermelha apertada o suficiente para parecer pintada nele.

— Bom, ele está aqui. - Eu disse.

Nós não tínhamos ligado porque eu não estava certa se Tyler concordaria em nos ajudar. Da última vez, isso quase o matou. As pessoas tendem a guardar rancor desse tipo de coisa, mas um bom médium é difícil de encontrar.

À medida que nos aproximávamos da loja, um cachorro começou a latir. Segundos depois, um rosto peludo e cheio de baba pressionou contra a parte inferior da porta de vidro, todo o seu traseiro tremendo pelo quão forte ele sacudia o rabo.

— O que há com você, Dexter? - Tyller murmurou. Então ele se aproximou e viu Lauren e eu do outro lado do vidro.

Oh, nem FODENDO, passou pela sua mente.

— Isso é jeito de receber antigas amigas? - Lauren perguntou secamente.

Tyler puxou os ombros para trás, esticando ainda mais o tecido da sua camisa.

— Isso não é um cumprimento, docinho. É minha resposta para o que quer que vocês tenham vindo aqui me pedir para fazer.

— Oi, Tyler, você está ótimo. - Eu disse, contendo um sorriso enquanto entrava em sua loja. — Amei a camisa. É uma Dolce?

Ele se animou por um momento antes de se conter.

— Robert Graham, e não tente essa fala doce comigo. Eu tive que pintar o cabelo para tirar o grisalho que vocês duas causaram da última vez que eu ajudei vocês!

Eu ignorei aquilo, acariciando Dexter e brincando com ele. O grande bulldog inglês vibrou de alegria enquanto cobria minhas mãos de beijos molhados.

— Traidor. - Tyler disse, exasperado.

Lauren deu tapinhas nas costas de Tyler.

— Não precisa pirar, companheiro. Nós apenas queremos que você contate o tio dela para nós.

— Simon? - Tyler zombou. — Por que você precisa de mim para isso?

Eu olhei para cima.

— Por que não podemos gastar mais tempo esperando que ele apareça por conta própria. Gold fez algo para os nossos amigos.

Com a menção do nome, um dilúvio de insultos correu pela mente de Tyler. Gold tendia a fazer mais inimigos do que amigos.

Ainda assim, a suspeita fez os olhos cor de chocolate de Tyler se estreitarem.

— Nada de construir armadilhas ou ter objetos de madeira enfiados em minha garganta por fantasmas assassinos, certo? Eu faço contato com Simon, e nós acabamos?

Night Huntress Vol #6Onde histórias criam vida. Descubra agora