Não era a primeira vez que Lauren ficava puta o suficiente para se afastar de mim. Quem disse que casamento é fácil? Não eu.
— Ela só precisa de tempo para se acalmar. - Eu disse a Ally, que pairava na porta, segurando uma garrafa de gin em uma mão e um litro de sorvete na outra. Eu tinha que dar crédito a minha melhor amiga: Ela sabe como cobrir suas bases.
Apontei para o gin. Ela entrou, entregando-o. Então ela sentou perto de mim na cama e abriu a tampa do sorvete, atacando-o ela mesma.
— Claro que ela vai voltar. - Ela disse entre colheradas. — Mas você está, você sabe, bem, nesse meio tempo?
Tomei um gole de gin antes de responder.
— Já estive melhor. Quando Lauren voltar, vamos ter uma conversinha sobre a forma que ela escolhe para expressar suas opiniões divergentes, mas o casamento é uma maratona. Não uma corrida.
Ally ergueu sua colher em saudação.
— Isso é verdade.
Dei tapinhas em seu braço, tomando um último gole de gin antes de colocar a garrafa no criado mudo. Então peguei meu celular pré-pago descartável, discando um número que costumava me conectar com meu tio quando ele estava vivo.
— Gold. - Uma voz brusca respondeu.
— Aqui é Karla Cabello Jauregui. - Eu disse. — Nós precisamos conversar.
Passaram dois batimentos cardíacos antes de Gold responder.
— Não estamos fazendo isso agora? — De uma forma que soava mais cuidadosa do que sarcástica.
Dei uma risada curta.
— Humor nunca foi seu ponto forte, Roger. Quero dizer pessoalmente, e quanto antes, melhor.
— Venha aqui, então. Você sabe onde eu estou. - Foi sua resposta.
— Para que eu possa ficar de pé no fogo cruzado das metralhadoras escondidas em suas paredes? - Meu escárnio foi leve. — Obrigada, mas não.
Dessa vez, seu silêncio se estendeu por mais que dois batimentos cardíacos. Provavelmente tentando descobrir como eu sabia sobre as armas.
— O que você tem em mente? - Ele perguntou finalmente.
— Hoje, à meia noite, no Píer Rat Branch do Lago Watauga. É bem ao leste de Hampton, Tennesse. Vá sozinho, e eu farei o mesmo.
Risadas flutuaram através da linha, ásperas como vidro triturado por rochas.
— Você fará o mesmo? Nós dois sabemos que Lauren está olhando sobre o seu ombro nesse instante, silenciosamente jurando acompanhar você.
— Se ela estivesse aqui, estaria fazendo isso. - Eu disse, e essa era a simples verdade. — Mas já tivemos essa briga, e ela se irritou e partiu. É por isso que nosso encontro tem que ser essa noite. Ela não vai demorar muito, e assim que voltar, ela vai insistir em ir junto.
Outro silêncio prolongado. Ou Gold estava pensando no que eu disse ou tentando rastrear a ligação, mas ele não chegaria a lugar algum com isso. Finalmente, depois de tempo suficiente para eu achar que tinha desligado, ele falou novamente.
— Isso me intriga, Estrabão, mas eu não acho que te darei uma chance de me matar. Você quer conversar? Venha até mim, aqui.
— É Cabello Jauregui. - Eu disse imediatamente. — E veja se isso te intriga: Simon fez arranjos para uma carta ser enviada a mim caso ele morresse. Eu me mudei bastante nos últimos meses, então só recebi ela agora. Nela, ele se desculpava pelas coisas horríveis que ele permitiu quando vocês dois trabalhavam juntos...
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Night Huntress Vol #6
FanfictionComo você envia um assassino para a sepultura quando ele já está morto? Tendo evitado por pouco uma guerra do submundo, Karla Camila Cabello não quer nada mais do que um pouco de sossego com sua mulher, a vampira Lauren Jauregui. Infelizmente, seu...