Capítulo 21 L7

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Katie não estava mais na instalação subterrânea. Zayn seguiu seu cheiro e descobriu um poço secreto entre as paredes que levava direto até a superfície. O grosso metal colocado em cima dele tinha sido chutado. Era estreito demais para um adulto caber, então devia ter sido um duto de ventilação, antigamente, quando essa instalação era um abrigo antibombas. Mas, para uma criança magra com uma dose dupla de genes inumanos, deve ter sido relativamente fácil escalar até a liberdade.

Uma vez lá fora, as piscinas, lagos e pântanos em volta dissiparam o seu cheiro o suficiente para torná-lo impossível de rastrear. Então as poucas pegadas que Katie deixou terminavam em um canal raso, então não podíamos encontrá-la assim. Ainda era luz do dia, também, o que significava que nós não podíamos nos arriscar a fazer uma varredura aérea. Alguma coisa do tamanho de um humano voando sobre a área McClintic Wildlife alimentaria os rumores sobre o Homem Mariposa por décadas, e também não podíamos nos arriscar a ficar por aqui até anoitecer para fazer isso.

Teríamos que voltar depois para procurá-la. Sobre-humana ou não, Katie ainda era apenas uma criança. Não deveria ser muito difícil encontrá-la.

De volta à base, nós concluímos que os funcionários sobreviventes não estavam diretamente envolvidos nos planos de cruzar espécies de Gold e substituímos suas memórias dos eventos do dia com uma nova versão. Então os deixamos lá fora, num iglu de concreto, com instruções para não partirem até o amanhecer. Se um pedido de socorro não foi enviado, nós queríamos o tempo extra para fugir.

Então voltamos para o subsolo e queimamos o resto da instalação. Essas pessoas tinham meu DNA registrado, e eu não queria deixar mais dele como prova de que eu estive envolvida na destruição, mesmo que eu seja o primeiro, segundo e terceiro palpite do apoiador misterioso de Gold. É por isso que eu irei ligar para a minha mãe assim que tiver um celular funcionando. Gold pode ter blefado sobre ela estar na nossa antiga casa em Ohio, mas se ele não blefou, eu não queria testar seu ataque de drones. Se nós formos ridiculamente sortudos, o backup de Gold acreditará na história que implantamos nas mentes dos sobreviventes: um mal funcionamento interno ativou a explosão na máquina Dante, que incendiou outros gases na base e resultou numa explosão em cadeia.

Era uma teoria plausível, a menos que alguém se incomodasse em fazer uma autópsia nos corpos.

Gold ainda não havia acordado. Já ouve atrasos assim, Lauren me disse, mas não era uma boa previsão das chances de ele acordar como ghoul. A maioria acordava em minutos, como Dinah. Talvez Gold tenha conseguido fugir de nós, afinal. Se conseguiu, eu só podia me consolar que ele não escaparia de Deus.

Então, cobertos de sangue e exaustos, nós sete saímos do iglu que tinha a plataforma de elevador secreta. Spade esperava por perto, já que Fabian disse que ele podia entrar na reserva. O fantasma ficou radiante por ver que estávamos todos vivos e bem já que, como eu, ele não sabia que minha chegada com o cadáver da minha mulher foi uma armação.

Isso era algo que eu pretendia discutir assim que eu estivesse sozinha com Lauren. Agora, nós tínhamos que dar o fora daqui sem sermos detidos por reforços, então tínhamos que procurar uma garotinha pequena, com múltiplas espécies, que podia ser a coisa mais mortal sobre duas pernas.

O que nós não precisávamos era encontrar um grupo de jovens aspirantes à criptozoologistas, zanzando pela reserva trocando histórias sobre o Homem Mariposa.

— Estou te falando, eu vi alguma coisa bem aqui. - Um garoto sardento, usando uma camiseta "Eu quero acreditar" estava dizendo, enquanto apontava para um iglu selado.

Ele parou de falar quando nos viu. As três garotas e dois rapazes com quem ele estava primeiro encaram, então pensaram, nervosamente.

O que aconteceu com eles? Isso é sangue? Passou pelos pensamentos deles.

Night Huntress Vol #6Onde histórias criam vida. Descubra agora