Capítulo 31 L7

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Demorei mais cheguei, bora lá.

Nossa conversa teve que esperar, porque os policiais apareceram. Um dos vizinhos de Marie deve ter ligado para a polícia por causa dos barulhos. Sem surpresa, os oficiais que vieram investigar eram ghouls. Seu endereço sendo sinalizado por uma perturbação preocuparia mais do que as autoridades normais.

Marie chutou seu braço decepado para baixo da cadeira mais próxima e escondeu o novo que crescia com uma colcha antes de atender a porta. Claro, Lauren ameaçou matá-la a menos que ela cooperasse, mas eu acho que ela fez isso por outra razão. Pedir ajuda ou mostrar o quanto ela foi ferida seria o mesmo que admitir que duas vampiras tinham chutado o traseiro dela em sua própria casa – algo que a rainha ghoul nunca admitiria. Ainda assim, Lauren manteve seu poder em volta do pescoço da Marie enquanto ela fava com os oficiais. Após alguns minutos, ela os dispensou, e então cobriu a entrada com a porta quebrada.

— O que você quer comigo? - Ela exigiu quando nos encarou de novo.

Lauren arqueou uma sobrancelha.

— Antes que eu responda, há mais alguém aqui?

O olhar que ela lançou para Lauren estava cheio de hostilidade.

— Não. Quando estou em casa, eu aprecio minha privacidade.

Nós não esperávamos que ela fosse uma boa perdedora, então eu não comentei o visual dela. Ou seu tom venenoso.

— Nós queremos que você deixe a criança em paz. - Eu disse, tremendo pela minha nova conexão com a sepultura. A morte é fria, e como os Remnants mostravam, está sempre faminta.

— Isso significa não mandar fantasmas, ghouls ou capangas para procurar por ela. E, claro, sua promessa de nunca a matar. O mesmo conosco.

Marie começou a rir, um som baixo e zombeteiro que ainda conseguia ter sombras de divertimento real.

— Se essa é a sua exigência, você veio em vão. Eu já dei a ordem. Meu povo procura por ela enquanto falamos.

— Vamos esclarecer uma coisa, Majestic. - Lauren caminhou até ela, sua aura crepitando com raiva mal controlada. — Quando você atiçou seus amiguinhos fantasmagóricos em mim na primeira vez, eu quis arrancar sua cabeça. Fazer isso outra vez essa noite me fez realmente querer, mas ser forçada a observar enquanto eles dilaceravam minha esposa? - Lauren se esticou, acariciando o pescoço dela com um toque enganosamente gentil. — Isso me fez querer tanto te matar, que eu dificilmente consigo pensar em outra coisa. - Ela terminou em um sussurro letal.

Então a mão dela se fechou ao redor da garganta de Marie, apertando até barulhos de coisas quebrando serem os únicos sons na sala. Os olhos cor de avelã começaram a encher de vermelho, e os Remnants ficaram agitados.

— Lauren. - Eu disse severamente. — Não.

Se nós queremos salvar Katie, precisamos de Marie. Se a matarmos, nós estaríamos apressando uma guerra que era só potencial com os ghouls, e embora nós talvez possamos conseguir despistar os Guardiões da Lei, com a rede de fantasmas de Marie, qualquer um que ela quiser encontrar, ela encontrará, e quanto antes, melhor.

— Nós viemos te fazer uma oferta. - Eu prossegui. — Uma que será mutualmente benéfica.

Com o punho de Lauren apertando tão forte que seus dedos estavam ficando brancos, ela não podia rir, mas a boca dela se esticou em um sorriso dolorido.

— Ela não pode falar a menos que você a solte. - Eu disse uma voz impaciente.

Lauren a soltou com óbvia relutância, apesar de seu poder continuar enrolado no pescoço dela. Não apertado, frouxo, como uma cobra decidindo se estava ou não com fome.

Night Huntress Vol #6Onde histórias criam vida. Descubra agora