Capítulo 8 L7

443 69 7
                                    


Meu amigo Vlad uma vez me disse que "à prova de som" não significa "à prova de mente", porque telepatia viaja até mesmo através das mais grossas paredes. Caso em questão: Quem quer que seja o oficial do governo que secretamente apoiou Gold após Simon demiti-lo foi cuidadoso. Mesmo com os sentidos sobrenaturalmente afiados de vampiros, nada visível ou audível dava uma dica de que o antigo laboratório ainda estava operando, embora quatro andares abaixo da sua localização original. Apenas as habilidades minha e de Lauren de ler mentes nos deu a pista; apesar de que, se não fosse por ela, eu poderia ter deixado passar, de qualquer forma.

Nós seguimos os pensamentos de um funcionário até a entrada da instalação, escondida dentro do elevador de um estacionamento, a duas quadras. Empurre um dos quatro botões disponíveis, e você tem o nível do estacionamento indicado, mas segure o primeiro e terceiro botão ao mesmo tempo, então digite um código, e você viaja para vários andares abaixo, para um túnel secreto conectando os dois lugares.

Alguém que colocaria tanto esforço em ocultação não pouparia em vigilância, então não tentamos capturar o funcionário lá. Ao invés disso, Lauren esperou do outro lado da rua antes de seguir o jovem loiro de óculos depois que ele entrou em seu veículo e foi embora. Ian e eu estávamos em pé, posicionados em lados opostos da rua. Não importa em que direção o homem virasse, ele passaria por um de nós.

O sortudo passou por mim e eu tirei o melhor da situação ao quebrar meu salto e fingir tropeçar na rua. O carro do jovem guinchou em uma parada apenas a alguns centímetros de onde eu estava agachada.

— Que diabos, senhoria? - Ele rosnou, abaixando a janela.

Eu mantive a cabeça abaixada, para meu cabelo cobrir meu rosto. Quem sabia se Gold tinha circulado minha foto para seus funcionários?

— Meu tornozelo. - Eu disse com uma voz trêmula. — Eu... eu acho que está quebrado.

Uma buzina de carro soou atrás dele, e ele fez um som exasperado.

— Quebrado ou não, você tem que sair da rua.

Eu levantei, ainda mantendo o cabelo no meu rosto, e então me encolhi com um choro falso quando coloquei peso no tornozelo.

— Eu não consigo. - Choraminguei.

Algumas pessoas assistiam da calçada, mas nenhuma delas se ofereceu para me ajudar. Deus abençoe a indiferença da sociedade. Se eu não estivesse bloqueando a estrada, o funcionário de Gold estaria igualmente indiferente, como seus pensamentos revelavam, mas eu era um obstáculo que precisava ser removido. Com um bufar de irritação, ele saiu do carro e veio na minha direção.

— Me dê sua mão, eu vou...

Isso foi tudo o que ele disse antes que eu o atingisse com o meu olhar, notando com alívio que seus olhos ficaram imediatamente vidrados. Eu estava com medo de que Gold tivesse inoculado seus funcionários contra controle de mente dando-lhes sangue de vampiro.

— Não fale. Entre no carro, do lado do passageiro. - Eu disse em uma voz baixa e ressonante enquanto subia no banco do motorista. O funcionário louro obedeceu, deslizando no banco ao lado do meu sem uma palavra.

Alguns suspiros soaram do pessoal assistindo o rumo dos acontecimentos, mas então Ian se aproximou do grupo.

— Isso é meu, isso aqui também é meu. Adivinhe só? Isso agora é meu também. - Ele disse enquanto coletava celulares dos espectadores, exibindo seu próprio olhar hipnotizante para silenciar os protestos instantâneos. Agora, pelo menos, não precisaríamos nos preocupar sobre um vídeo disso acabando online.

Night Huntress Vol #6Onde histórias criam vida. Descubra agora