Capítulo 37 L7

523 79 11
                                    


Mencheres nos levou de volta a Chicago, mas não para a enorme propriedade que ele divide com Kira. Assim que chegamos na periferia da área metropolitana, nós pousamos nos fundos de uma igreja de dois andares.

Era bem depois da meia noite, então não havia luzes lá dentro. Todo o barulho vindo dos edifícios vizinhos tornava impossível dizer se ela estava vazia, entretanto. Pode ser tarde, mas partes de Chicago ainda estavam muito acordadas, e nós estávamos em frente ao bairro mais movimentado da cidade.

Lauren ajeitou a trouxa que carregava e seguiu Mencheres para a porta lateral. Mencheres nos trouxe aqui tão rápido que eu não fui capaz de confirmar quem estava na jaqueta, porque o vento roubava minhas palavras. Agora, a pergunta disparou de mim como a bala de uma arma.

— Essa é a Ally, não é?

A porta lateral abriu e Mencheres entrou. Lauren olhou para trás, para mim, hesitando.

— Sim.

O alívio transformou meus joelhos em gelatina. A alegria me manteve de pé, e ansiedade fez meu estômago se agitar. Eu ainda podia ver duas partes distintas sob o casaco que Lauren segurava.

— Essa é a Ally? - Zayn disse, incrédulo.

Ian assobiou baixinho.

— Você está certo; Stefan vai matar você, e isso só se ela voltar disso. Se ela não voltar, ele vai te manter vivo para poder te torturar por décadas.

Foi o medo pela minha melhor amiga que fez minha voz tremer, não preocupação pela profecia do Ian.

— Ela pode voltar disso?

Claro, outros demônios disseram que só ossos dos irmãos podem matá-los, mas decapitação mata cem por cento do resto da população.

— Acho que estamos prestes a descobrir. - Lauren murmurou.

Então ela desapareceu para dentro da mesma porta que Mencheres. Eu os segui, muito preocupada com Ally para comentar sobre a ironia de escolher uma igreja para ver se alguém marcada pela essência de um demônio pode se ressuscitar.

A parte de trás tinha uma pequena cozinha, três escritórios e um banheiro. Mencheres e Lauren passaram por todos eles, entrando no santuário principal por uma porta lateral. O cheiro de velas, incensos e madeira polida perfumavam o ar. Um vitral na parede contornava todo o andar de cima do santuário, transformando a luz comum da rua em raios de roxo, azul, âmbar e esmeralda. As cores iluminavam os bancos vazios, a área do coral e a cruz pendurada em cima do centro do altar.

Katie estava debaixo dela, flanqueada por Gorgon, Kira e um homem humano que parecia vagamente familiar. Eu não olhei duas vezes para nenhum deles, porque não conseguia afastar os olhos da minha filha. Ela estava viva. Inteira. Intacta. Enquanto olhava, fui dominada pelo desejo de abraçá-la, girando em círculos delirantemente felizes – e a compulsão de cair de joelhos e chorar meus agradecimentos a Deus.

Ambas as ações a assustariam. Ela já fez um progresso enorme em ficar ali ao invés de correr ou tentar esfaquear alguém, e me ver colapsando histericamente dificilmente seria tranquilizador.

Ao invés disso, eu sorri enquanto me aproximava com passos lentos e calculados.

— Oi, Katie. Eu vejo que você conheceu meus amigos.

Aquelas luzes coloridas dançaram sobre o rosto dela quando ela deu um passo na minha direção, sua cabeça se inclinando para o lado.

— Eu fiquei com eles, como você mandou. - Ela disse na sua voz alta e musical.

Night Huntress Vol #6Onde histórias criam vida. Descubra agora