Capítulo 35

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O motorista de taxi parou ao longo da rua e eu olhei de relance a distância até o teatro ao ar livre em forme de uma enorme meia concha.

— Aqui estamos. – Ele disse alegremente.

Verifiquei o taxímetro e tirei do bolso a quantia apropriada de dinheiro.

— Obrigada e fique com o troco.

— Tudo bem. Feliz Dia das Bruxas.

Era por isso que eu estava esperando também. Sai, vendo as luzes traseiras desaparecerem enquanto ele ia embora. Então apertei minha jaqueta de couro ao meu redor e me inclinei contra a placa de boas-vindas, esperando.

Quinze minutos mais tarde, quando o céu tinha mudado de índigo para negro e estrelas substituíram os últimos fracos raios de sol, um brilhante Mercedes classe E sedan encostou, o tipo e modelo do carro que Spade deixou para Allyson. Como previsto, a janela escura desceu para revelar Sarah na direção, seu cabelo preto puxado para trás no mesmo tipo de coque simples que Elisabeth normalmente usava. Em Elisabeth, aquele estilo destacava suas feições que eram adoráveis sem o menor toque de maquiagem. Em Sarah, só servia para fazê-la parecer mais cruel, chamando atenção para as sobrancelhas espessas que precisavam de uma boa depilação e uma boca que estava comprimida em uma linha fina e apertada.

— Se você me matar, nunca irá encontrar as outras mulheres. – Foram suas primeiras palavras quando abri a porta do passageiro.

Seus pensamentos eram aquela mesma mistura de medo e ódio contra um ruído de fundo mais amplo que agora eu reconhecia como sendo uma marca da insanidade. Quando nos conhecemos, achei que tinha sido Griffin quem a deixou louca. Agora eu percebia que provavelmente foi a instabilidade de Sarah que levou o Inquisidor até ela em primeiro lugar.

— Oh, eu não vou te matar agora. – Eu disse a ela, escorregando para o assento. — Você vai morrer essa noite, não se engane, mas é melhor você esperar que seja pelas mãos de outra pessoa e não de Griffin.

Seu olhar cor de topázio passou rapidamente pelo meu antes de ela desviar o olhar rapidamente.

— Ele me disse que você mentiria para mim, mas eu já sabia que bruxas eram incapazes de dizer a verdade.

Bufei amargamente.

— Eu não sei o que te corrompeu, Sarah. Talvez tenha sido uma educação de merda, talvez tenha sido um cara que você amou te abandonando por outra mulher, mas lembrasse o que você fizer, voltará para você? Você vai descobrir o que isso significa e, uau, você vai desejar não ter descoberto.

— Não vou ouvir mais suas mentiras, coisa suja.

Ela sibilou. Então dirigiu cerca de cem metros antes de encostar e estacionar em uma parte mais escura fora do acostamento. Ergui as sobrancelhas. Griffin não podia ser tão idiota para nos encontrar aqui, podia?

— É esse o lugar ou você esqueceu onde devemos ir?

Sarah pegou as chaves e saiu, as batendo no teto do carro em um ritmo nervoso.

— Griffin diz que você me levará voando para onde ele está.

Oh-oh. Eu não olhei em volta para o fantasma que eu sabia que Lauren tinha enviado aqui, mas esse foi meu primeiro instinto. Se eu voasse, Elisabeth não seria capaz de me seguir e isso iria bagunçar o resto dos nossos planos.

Sarah tinha me visto voar? Não, Lauren tinha me arrancado daquela rua e voado conosco para o Parque War Eagle. Griffin não deve ter me visto voar também, porque Lauren tinha voado comigo quando pegamos Francine também. Talvez ele estivesse apenas enviando Sarah para uma sondagem.

Night Huntress Vol #6Onde histórias criam vida. Descubra agora