Capítulo 11

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Olá pessoinhas!

Estão se cuidando direitinho?

Espero que sim.

A pior sensação de déjà vu passou por mim. Eu contei com habilidades emprestadas antes em uma luta apenas para descobrir que elas não estavam mais funcionando. Eu nunca deveria ter cometido o mesmo erro novamente.

Me fiz de boa duas vezes. Que vergonha!

O Inquisidor arreganhou os dentes em algo muito cruel para ser chamado de sorrido.

— Vê? Deus derruba seus poderes de bruxaria em minha defesa!

— Rapaz, você está errado sobre quem está te protegendo. - Cuspi, tentando me reorganizar.

Ok, então eu não podia mais invocar os Remnants em meu auxílio, mas devia haver algo mais que eu pudesse fazer além de me encolher e tremer.

— Minhas instruções são do alto, tu não deves tolerar que uma bruxa viva. – Griffin trovejou.

— Você não está sob a lei, mas sob a graça. Não julgueis para que não sejas julgado. Aquele dentre vós que não tenha pecado, que atire a primeira pedra. – Disparei de volta. — Como você não prestou atenção nessas instruções que veio do céu, seu hipócrita imundo?

Surpresa tremulou sobre o rosto do Griffin, mas minha infância foi gasta em uma família onde ir frequentemente à igreja e ler a bíblia eram a norma, então eu podia trocar citações das Escrituras com ele o dia todo. Então aquela surpresa desbotou, e a expressão de Griffin retornou à sua máscara normal de vingança.

Apesar da minha determinação em encontrar um jeito de chutar o traseiro do Inquisidor, medo ainda deslizava pela minha coluna. Eu estava completamente nua em um pequeno quarto com um poderoso fantasma puto que já tinha esmagado meu crânio com uma peça do toalete, e minha única arma efetiva contra ele estava estragada. Pela primeira vez em minha longa história de empasses entre a vida e a morte, eu não tinha a menor ideia do que fazer em seguida. Todo o treinamento em batalhas que eu tinha trabalhando tanto para dominar não me faria bem algum sob essas circunstâncias. Eu não podia machucar o que não posso tocar, e Griffin não era mais sólido do que uma lembrança assustadora. Como se pudesse sentir minha incerteza, o sorriso do Inquisidor aumentou.

Ouvir a porta do nosso hotel arrebentando quase me fez deslizar em alívio. Lauren deve ter voltado. Mesmo que ela também não pudesse aplicar um golpe físico contra Griffin, duas contra um era uma probabilidade que nos compraria algum tempo para pensar em um plano...

— Você mexeu com a garota errada, filho da puta! – Tyler gritou.

Eu não sabia quem estava mais chocado, eu ou Griffin. O antigo médium inseguro apareceu no batente da porta, segurando uma lata de lixo esfumaçada com o que pareciam vinhas em chamas dentro dela. Seu olhar percorreu o banheiro, procurando o assaltante que ele ainda não podia ver.

Eu não tinha a menor ideia do que Tyler pretendia, mas eu estava disposta a ajudar.

— Ali! – Eu disse, apontando para Griffin.

O fantasma encarou Tyler, sua cabeça inclinada, quase como se ele estivesse curioso para ver o que o Médium estava fazendo. Tyler puxou um punhado daquelas videiras em chamas, amaldiçoando quando elas chamuscaram seus dedos, e as jogou na direção que eu tinha indicado.

Griffin gritou assim que as primeiras voaram através do lugar que ele ocupava. Sua forma dissolveu, mas uma grande parte da bancada foi arrancada e arremessada na direção do Tyler. O médium se abaixou com uma velocidade que eu não esperava dele, e os mísseis improvisados aterrissaram na parede do banheiro, ao invés dele.

Night Huntress Vol #6Onde histórias criam vida. Descubra agora