We fell in love in october

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16 de março de 2020
O dia de ontem foi boom, literalmente. Depois do beijo que eu e a Sammy tivemos, ela correu para a porta e foi embora.
Fartei-me de ligar-lhe toda a noite pois tinha medo que ela cometesse algum erro, por causa da sua infernal mãe e dos comentários que ela a tinha dito.
Sobre o beijo: eu infelizmente não posso negar que senti alguma coisa, e era este sentimento que eu receava à muito tempo e que já à muito tempo o tentava retrair.
Mas havia alguma coisa no meu cérebro que me impedia de dizer que sou bissexual, e não quero que a Brenda se sinta mal, a que ponto eu cheguei. Acho que ao longo dos últimos tempos, eu e a Bree travamos uma espécie de amizade. Ao descer as escadas, percebi que a minha mãe estava acompanhada do Jude e da Virgínia, não acreditava que pela manhã deste dia tão cansativo, tinha de aturar estes dois, eu queria era ter a oportunidade de falar com a Sam sobre aquele beijo mas duvidava que talvez tivesse a coragem suficiente:
- Vocês, aqui?
- Filha, não sejas assim... são nossos convidados!!
- Bom dia, Alison. - disse-me o Jude.
- Tenho de ir, adeus.

Sentia-me mal pela minha mãe, mas não tinha paciência de aturar tretas destas.
Precisava desabafar do que tinha acontecido, então fui até à casa do Kurt esperar que ele saísse de casa para ouvir as boas novas:
- Alison?
- Kurt, desculpa por ontem, não devia de me ter precipitado em tirar conclusões sobre a tua relação com o Mateo.
- Vieste aqui para pedir desculpas?
- Sim...
- Alison?
- Mais ou menos!
- Alison...
- Prontos talvez não, preciso dos conselhos do Kurt Hummel!!!
- Estou à espera.
- Ontem, a Sam veio à minha casa e estava no mínimo agitada, e passado algum tempo... ela e eu estávamos a conversar e aconteceu um beijo!
- ESTOU CHOCADO, eu esperava isto para te dizer a verdade, era só olhar para os teus olhos quando a Sam beijava a Brenda ou assim. Mas a Sammy não namora a Bree?
- Pois é isso. E eu não sei o que este beijo pode significar, eu sou heterossexual, não?
- Primeiro cala-te com isso do orgulho frágil hetero, segunda és mais gay que eu, talvez não assim tanto e terceiro eu apoio o vosso relacionamento mas é traição.
- Não é uma questão de ter orgulho hetero, e eu sei que é traição, mas tenho tanto vergonha de ir falar com a Sam. Também não queria passar a figura de hipocrisia porque fiquei ofendida com a tua relação com o Mateo mesmo sem beijo, e agora acontece-me isto...
- Karma is a bitch.
- Tens razão, e peço novamente desculpa mas podemos não pensar nisso?
- Oh Alison, não penses que podes largar uma bomba deste tamanho e depois eu vou ter de me calar. O que pensas fazer?
- Vou falar com ela, mais tarde ou mais cedo vai acontecer, por isso mais vale não adiar o inevitável.
- Agree!

Quando chegamos à escola, senti-me pessimamente, depois de criar um laço com a Brenda, vai ser dificl encara-la mesmo depois de beijar a namorada dela que também é minha melhor amiga. Viva eu!!!!
Ao entrar na sala, vi a Sam e a Bree juntas a conversarem, e não parava de pensar se poderia ser do beijo. Cheguei-me perto delas e disse:
- Bom dia, Brenda podes me deixar falar com a tua namorada a sós?
- Ela é toda tua. - afirmou a Bree.
- Casa de banho? - perguntei eu.
- Vamos. - disse-me a Sammy.

Dirijamo-nos à casa de banho, sem falar uma com a outra até que entramos e eu decidi quebrar o silêncio constrangedor:
- Então?
- Então, Alison? O que querias falar comigo?
- Sobre ontem. O nosso beijo. Queria-te dizer o significado que teve pra mim.
- Imagino que nenhum como para mim, eu estava frágil, foi ter contigo e aquilo aconteceu. Simplesmente aconteceu. Foi um beijo de suporte, sem nada a acrescentar. Certo, Ali?
- Acho que sim.
- Ainda bem que estamos de acordo, vou indo para a aula, ficas?
- Vai indo, Sam.

Estava destroçada com o que tinha ouvido, não tinha a certeza do que estava a sentir pela Sam mas depois disto apercebi-me que era mais do que uma mera amizade. Eu gostava da Sam. Eu gostava mesmo da Sam.

[Narrando Kurt]
O choque que eu sentia sobre o beijo #Samalison durava atá este momento.
No fim das aulas decidi ir ao centro comercial porque tenho que admitir que a minha roupa, a cada dia fica mais triste e eu preciso de inovar.
Quando sai da Bershka com umas 3 sacas cheias de roupa, o Miles aproximou-se mim e disse:
- Kurt não te esperava ver aqui, ou melhor até era de esperar, és o Kurt Hummel.
- Prazer.
- O prazer é todo meu. Podemos conversar?
- Com uma condição: pagas-me McDonald's?
- Sim. Eu pago!!

Não sabia o que o Miles queria, acho que ele já me tinha ultrapassado ou pelo menos esperava por isso.
Mas pelo menos, ia me oferecer McDonald's, por isso estamos bem.
- Miles, o que tens para falar comigo?
- Eu vejo que estás feliz com o Mateo, o que acho incrível.
- Thanks, I think.
- Eu tentei namorar com outro rapaz, mas não consigo parar de pensar no que tu significas para mim, eu ainda quero estar contigo.
- Miles, tu foste o meu primeiro namorado e eu sempre vou-me lembrar de ti por isso e não só por isso, mas também como o Miles engraçado e simpático que tu és. Foi um bom momento da minha vida...
- Acho que bem aí um mas!
- Mas... esse momento já passou, fomos felizes mas eu acho que o nosso tempo terminou, e não te quero magoar mas o Mateo está-me a fazer muito feliz, e espero que encontres alguém que te faça tanto ou mais feliz, tu mereces Miles.
- Mas tu és o único que me fez verdadeiramente feliz, e desculpa mas o Mateo não te merece. Ele toda a vida passou a curtir com raparigas e mais raparigas, agora que já fodeu com todas, pegou no gajo mais abertamente gay e decidiu fode-lo também. Espero que o sexo seja muito bom porque o romance deve ser muito pouco, ele não vale nada. Mas parece que o tóxico te atrai...
- Olha, eu tentei falar calmamente contigo e por um ponto final neste assunto, porque achava que até hoje não estávamos bem resolvidos mas tu vens aqui com as tuas tretas insultar o meu namorado que tem direto a descobrir que gosta que gajos ao seu tempo e a bissexualidade existe! Segundo, tóxico ou não é a minha relação, não a tua e agora com licença, que não tenho que aturar as tuas conversas de merda.
- Fodasse Kurt, eu não quero que isto acabe desta forma, eu só estou assim porque gosto verdadeiramente de ti...
- E eu agradeço, mas eu não gosto de ti.
- Eu acho que gostas.
- Pensa o que quiseres, adeus.

Eu tentei resolver as coisas a bem, e manter uma amizade com o Miles mas ele estava me a irritar com as coisinhas dele. Tenho um encontro com o Mateo no Tiffany's (café local) daqui a uns 15 minutos, durante o caminho até lá sentia-me observado por alguém mas não tinha a certeza.
Quando cheguei ao café, o Mateo não tinha chegado até que alguém colocou as duas mãos nos meus olhos:
- Mateo, já sei que és tu.
- Reposta errada.
Quando a pessoa tirou as mãos dos meus olhos eu apercebi-me que era o Miles:
- Miles, eu estou à espera do meu namorado.
- Eu sei, notou-se.
- Podes sair?
- Claro, mas antes quero mostrar-te uma imagem que o senhor mensageiro anónimo me enviou, o teu namorado com a Sophie, sabes a pindérica do 12 ano do curso artístico, aos beijos.
- Não acredito nisso.
- Vê por ti mesmo.
O Miles pegou no telemóvel, e o que ele me disse era verdade, o que eu mais temia. Não podia crer que a minha relação com o Mateo era uma simples diversão para ele.
- Viste quem é o teu namorado tóxico?
- Sai. Sai daqui agora mesmo.
- Eu vou. Mas antes deixa-me dizer que avisei-te.

Eu estava com dois batidos à espera do Mateo, que por sinal estava uns 23 minutos atrasados até que decidiu aparecer:
- Olá amor, desculpa de me atrasar, estava a estudar.
- Deixa-te de merdas seu mentiroso, olha eu pensei que a nossa relação era real mas depois de tudo o que passamos para ficar juntos, descubro que andas a dar a pila à vaca da Sophie.
- O quê?
- Mateo, adeus. - peguei no meu batido e virei-o sobre a cabeça do Mateo. - e isto é para aprenderes a não brincar com os meus sentimentos, imbecil.

Quando cheguei a casa, coloquei a música "We fell in love in october" nas altura, sentei-me sobre os meus joelhos na cama e comecei a chorar e não havia maneira de parar.

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