Entre nós

If I go, I may not come back...

2 de março de 2020
O fim de semana passou a correr, não estive com o Mateo o fim de semana inteiro, sempre que lhe liguei, uma vez estava a estudar Filosofia que por acaso temos teste hoje, e as outras vez ou estava no dentista ou a passear com as mães.
Sempre que falei com ele parecia distante ou triste, mas preferia não fazer-lhe muitas perguntas.
Estou a tentar, vocês sabem, meter-me mais na minha vida e menos na da Sam, e de todos.
A minha mãe e eu estivemos juntas o fim-de-semana inteiro, fomos fazer uma viagem de mulheres até ao spa...
Acho que fez com que ela ficasse mais animada, o que é bom, acho eu!
Hoje ao sair do meu quarto para ir tomar o pequeno-almoço, ouvi a minha mãe ao telefone:
- Eu vou aí dar-te os cigarros, pelas 2h30 pode ser? - perguntou a minha mãe a alguém.
Não fazia a mínima ideia de quem seria!
- Mãe quem era?
- Não era ninguém de importante, toma aqui o pão com manteiga e comes pelo caminho, já é muito tarde, filha...

[Narrando Kurt]
Acordei do meu sono de beleza, e começou a segunda-feira, por um lado ia ver o Mateo mas acho que nós agora não falamos.
Este fim de semana, foi muito mau para mim, não recebi uma notícia dele.
Como combinado, hoje eu e o Miles íamos juntos para a escola, e claro que era ele a me vir buscar.
Quem pensam que sou eu?
Surpreendentemente ou nem tanto, o Miles chegou 10 minutos adiantado da hora marcada:
- Kurt, cheguei mais cedo...
- Consigo ver, mas por mim vamos, não?
- Ou posso entrar...
- Miles, vamos, não te distraias.
- Queria te fazer uma pergunta e tens de ser muito mas mesmo muito sincero, Kurt Hummel.
- Chuta...
- O que se passou para o Mateo vir-me atacar daquela forma na festa de sexta? O que se passa entre vocês?
- Vítima dos próprios desejos, escravo dos próprios prazeres...
- Ah, não entendi nada.
- Miles, pediste-me que eu explicasse e eu expliquei, agora interpreta como quiseres!
- E entre nós? Adoraria voltar contigo...
- Já falamos sobre isso, eu neste momento quero estar sozinho.

Ao dizer isto, no outro lado da rua estava a passar o Mateo e olhou para nós com uma cara de raiva, chateado.

- Kurt, olha o Mateo!
- Já vi, não sou cego...
- Vou chamá-lo, Mateo, anda cá.

Estava nervoso com a presença do Mateo, ele atravessou a estrada e veio ter connosco e estava muito bonito, com uma camisa incrível e umas calças pretas:
- Bom dia, Miles e tu, o que queres?
Não esperava que o Mateozinho, me tratasse daquela forma, estava incrédulo...
- Queria resolver as cenas entre nós, Mateo, sobre a discussão na festa. - explicou o Miles com um tom muito pacífico.
- Miles, está tudo resolvido, vou indo que tenho muito que fazer... aproveitem o passeio, e quando fizerem a festa do reconcilio digam, que eu quero muito ir. Pensando bem, não quero. Podem por o meu convite no lixo! - disse o Mateo saindo da beira de nós dois.

Eu não podia deixar ele sair daquele maneira, então disse ao Miles:
- Miles, obrigado por me ires buscar a casa, mas eu vou ter com o Mateo, não quero que ele fique zangado comigo...
- Mas porquê?
- Não te posso explicar, apenas tenho de ir e pronto.
Sai da beira do Miles, atravessei a passadeira e fui ter com o Mateo, a correr antes que ele chegasse à escola e a Alison nos visse juntos:
- Mateo, temos de falar e agora!
- E se eu não quiser?
- Não te vou dar outra escolha, o que sentes por mim? Acabou este jogo de ciúmes, quero saber.
- Kurt, sabes que eu namoro com a Alison...
- E isso condiciona um sentimento que até pode ser mútuo da minha parte?
- Eu gosto da Alison...
- Mas?
- Preciso de ir, a minha namorada está à minha espera...
- E vamos adiar por quanto mais tempo esta conversa?
- Eu acho que estamos conversados.
- É tudo? - perguntei eu.
- Sim, eu estou com a Alison e tu mais tarde ou mais cedo vais ter ou o Tommy ou o Miles.
- Mateo, eu não posso fingir mais, eu não gosto de nenhum deles, eu gosto de ti. É mútuo?
- Não quero mais ter esta conversa, vou me retirar, a tua melhor amiga e minha namorada, está à minha espera.
- Mateo, não me deixes ir, posso nunca mais voltar.

Depois de eu dizer isto, ele saiu da minha beira, e foi ter com a Alison, estava destroçado com esta conversa.
Nem sabia se ia aguentar este dia todo de aulas, ia ser tão doloroso. Ver o Mateo e a Alison...

[Narrando Alison]
Cheguei à escola e estava esperando pelo Mateo, passado uns três minutos ele chegou e estava muito agitado:
- Não me dás um beijo, fofo?
- Alison, desculpa mas vamos entrar, estamos atrasados.
- Pareces agitado, passou-se alguma coisa?
- Não se passou nada. - disse ele com um tom de voz firme.
- Podes confiar em mim, eu amo-te!
- Alison, não posso...
- Eu vou esperar pela Brenda e pela Sammy.
- Vou indo então.

Estava preocupada com o Mateo, será que tinha acontecido alguma discussão com as mães?
A Alison 2.0 não se mete, mas era tão difícil, ele era o meu namorado, eu amo-o e tenho de me calar:

-Sam, a Brenda?
- Ela acordou com gripe. Mas já deve vir amanhã.
- Sammy diz à professora que eu estou doente.
- Aonde vais?

Nem respondi à pergunta da Sammy, mas eu tinha de saber o que se estava a passar exatamente com a Brenda, estava preocupada com ela. Sei que os pais dela estão a trabalhar, então era o momento perfeitos de nós as duas termos uma conversa:
- Alison?
- Brenda, posso entrar?
- Sim.

Entrei e fomos as duas para a sala de estar:.
- Eu sei que é difícil lidar com esse problema, Bree, mas eu quero ajudar-te.
- Ali, eu não preciso de ajuda, eu estou bem! Apenas tenho gripe...
- Eu acho que tiveste foi vergonha de estar comigo, mas eu não contei a ninguém da bulimia.
- Já começas a rotular os problemas?
- Brenda, fala comigo...
- Eu sinto-me gorda, e não me podes convencer do contrário... eu quero ter um corpo perfeito.
- Bree o teu corpo é lindo, mas se queres ter uma vida saudável o que eu entendo, podíamos fazer uma dieta as duas.
- Fazias isso por mim?
- Sabes que eu não gosto tanto de ti, mas gosto da Sam, e tu és namorada dela, então o teu bem estar é o bem estar dela.
- Mesmo a comida mais saudável, tem muitas calorias, as bolachas de arroz são muito calóricas.
- Então usaremos de milho ou sopa. Quero te ajudar!
- Alison, obrigada pela ajuda mas eu estou perfeitamente bem, pergunta à Sam, eu como!
- E vomitas depois? Aposto que tens os paus que ajudam a vomitar na gaveta das meias ou das cuecas.
Como já te disse, Bree, eu passei pelo mesmo.
- Amanhã estamos juntas, Alison, obrigada pela visita, acho eu.
- Sempre que precises de falar com alguém, sobre isso, tens sempre-me a mim para ligar. Estou disponível para tudo, mesmo tudo!

A Brenda era aquele tipo de pessoa, que a mim pouco dizia mas eu sentia-me muito mal por ela porque tinha passado por exatamente o mesmo. E não queria ser ajudada, mas ia tentar acompanhar a alimentação dela!

[Narrando Sam]
A atitude da Alison, tinha sido tão estranha,o que poderia estar-se a passar?
Alison being Alison or something more?
O Kurt passou por mim e estava quase a chorar:
- Meu amor, estás bem?
- Sam, o Mateo...
- Era o que eu mais pensava, rejeitou-te?
- Não foi assim, ninguém rejeita o Kurt Hummel...
- Nem a Sam Amiro, mas rejeitou-te não foi?
- Ele apenas me disse que estava com a Alison, mas eu preciso de entender se ele sente algo por mim...
- Heteros são assim...
- Não digas essa palavra.
Não queria que o Kurty estivesse com muitas expectativas, o problema nem é ele gostar do Mateo mas sim o facto do Mateo e da Alison serem um casal.
E eu também namorei com o Mateo, não é nojento que ele já tenha tido nós os três aos pés dele?
A minha namorada estava doente, ia ainda comprar um bolo para ela comer, o que ela mais gosta. Pode ser que ela animasse, ela fez tudo por mim.
O problema é que eu acho que nao corresponde a tudo o que ela sente.
Não sei, mas desde o armário com a Ali, tudo pareceu-me mais claro. Todas as discussões, os ciúmes com a Alison, talvez fossem algo mais que uma simples amizade.
O dia de aulas tinha acabado, e a Ali não tinha aparecido o dia todo, eu e o Kurt íamos almoçar juntos e ao sair passamos pelo Tommy:
- Kurt hoje à noite queres uma saída? Um cinema?
- Não, não quero.
- Por favor!
- Aprender a dizer não, é a atitude mais libertadora que podemos tomar. Nada supera a sensação de ser coerentes com nossas idéias...
- Já entendi a mensagem.

Tive pena do Tommy, eu fazia tudo por agradar o Kurt, ele retirou-se, e eu decidi dizer ao Kurt:
- Devias ser mais fofo com ele. É tão querido!
- Sinceridade demais é falta de educação, então prefiro ser mal educado.
- Kurt adoro-te.
- Oh Sam, eu também!
- A vossa terceira mosquiteira, não veio? - perguntou a Melissa.
- Melissa, a Alison está doente. - disse eu.
- Não quero saber, apenas disse se não veio.
- Podias ir embora? - perguntou o Kurt.
- Ainda não souberam?
- O quê? - perguntei eu.
- O mensageiro anónimo mandou mensagem, a Alison foi vista a entrar na casa da Brenda, acho que te roubou a namorada. Não fiques triste, ela não era assim tão bonita. - disse a Melissa com o seu tom de cabra.

Só tinha uma ideia em mim: o que se estava a passar entre a Alison e a Bree?