27 de março de 2020
[Narrando Alison]
Finalmente o último dia da semana de aulas, sexta-feira também conhecido como o final do pesadelo pelo menos por um tempo temporário.
Eu decidi que hoje era o dia, o dia em que ia resolver as coisas finalmente com a Brenda a todos os custos, o dia em que ia quebrar o mau clima com a Sam pelo bem do nosso grupo. E o dia em que íamos fazer os últimos preparativos para as férias em Paris, que prometiam.
A Virgínia depois de se vestir, veio ao meu quarto:
- Olá amor, bom dia.
- Gina, bom dia, como estás?
- Bem, amor. Falei com o meu pai e também vou à viagem de Paris, e como é um bocado em cima da hora, tenho que entregar o dinheiro já hoje.
- O Scott vai?
- Acho que sim. Nós estivemos a confirmar as coisas com o diretor, e começamos na quarta. Pensava que seria em outro dia mas não.
- Vai ser incrível.
- Sim!! E a propósito de incrível, sonhaste com a Marvin?
- Cala-te, eu e elu somos só parceiros de sexo, e nada mais?
- Elu? A Marvin utiliza pronomes neutros?
- Sim, mas também femininos.
- Ah está bem. O Scott também usa neutros ou masculinos.
- Vou contar à minha mãe agora que gosto de raparigas, no pequeno-almoço.
- Boa sorte.Descemos para tomá-lo, e passado uns minutos ganhei coragem e disse:
- Mãe, não que eu sinta que tenha que fazer isto mas eu gosto também de raparigas, é só isto.
- Tudo bem, filha. - respondeu-me a minha mãe. - queres um abraço ou?
- Pode ser.A minha mãe era ótima, e não tinha razões de queixa mesmo em relação a nada.
Ao chegar à escola, procurei por a Bree, e chamei-a:
- Brenda, podemos falar?
- Alison, eu já te disse tudo o que tinha a dizer...
- Eu quero resolver as coisas.
- Mas eu não quero fazer isso.
- Brenda podes me ouvir por dois segundos e parar de agir como uma criança mimada? - disse eu, porque estava a perder a paciência.
- Dois minutos, diz.
- Eu já gosto da Sam à muito tempo, só que estava em negação em relação a gostar de raparigas, e foi um processo difícil, mas finalmente consegui dizer o que realmente sinto em voz alta. E sei que não foi no momento certo mas foi o momento que eu consegui fazer isso, e esconder que gostava dela era como perder um bocado do oxigénio todos os dias, e eu estava farta.
- Mas nós éramos amigas e tu... não quiseste saber.
- Eu peço muitas desculpas mas estou aqui agora a dizer que te adoro. Podemos por favor voltar a ser amigas?
- Eu também não me esqueço, que foste tu que me ajudaste a ultrapassar a bulimia. Somos amigas, posso-te abraçar?
- Anda aqui, Bree.Brenda, check. Agora tinha que enfrentar o pior que era falar com a Sam:
- Bom dia, Mateo e Kurt, podem me dar um momento para trocar umas palavras com a Sammy,
- Ela é toda tua. - disseram-me os dois.
- Boa, então.
- O que foi, Ali?
- Sam, eu quero que este clima desapareça, podemos voltar a ser amigas ou pelo menos podemos respirar o mesmo ar do que a outra?
- Ali, eu não quis namorar contigo porque eu precisava e preciso de um tempo longe de ti...
- Eu já sei essa lenga lenga toda que somos tóxicas e que fazemos muito mal uma à outra, mas podemos tentar não fazer? E já nem digo como casal, porque já percebi que não queres.
- Podemos, estar juntas mas preferia que nos primeiros tempos, que não falássemos muito.
- Tudo bem.
- Mas depois, pode ser que consigamos estar juntas.
- O depois pode ser tarde demais. Eu respeito que precises de um tempo para focares apenas em ti e em ficares sozinha mas desculpa, mas eu não irei ficar à espera de algo que não sei quando vai acontecer para sempre.
- Ok. Adeus.
- Já tocou não vens para a aula?
- Vou já atrás de ti.[Narrando Sam]
Mesmo que quisesse não tinha forças para ir já para a aula. Mesmo que quisesse... mas tinha que ir.
Só queria morrer!!!!!
Era a aula sobre a viagem de Paris:
- Caros alunos, hoje vamos decidir quem fica com quem nos quartos, umas regras básicas, rapazes com rapazes e raparigas com raparigas, para não haver envolvimentos sexuais.
- Você sabe que mais de 80% desta turma são gays, certo? - perguntou o Kurt.
- Meninos, calados. Kurt, cale-se. Mas temos a Lana, o Mateo, a Melissa e o Archie que por exemplos são pessoas como Deus as criou, sem desejos controversos.
- Professora, você sabe que eu namoro com o Kurt, certo?
- Mateo...
- Sim, Stora.
- Eu nem digo nada, Alison ficas com a Sam?
- Não, Stora, eu quero ficar com a Mar, se ela não se importar.
- Claro que não me importo, Ali.Magoava-me muito o facto da Alison não querer ficar comigo no quarto mas sim com a Marvin, não entendia o que se passava entre elas mas de certeza que já tinham fodido mais do que uma vez. Aquela da festa da Melissa deve ter sido apenas o início ou talvez até já tenha começado antes.
- Sam ficas quem então?
- Com a Lissa.
- Certo. Mateo e Archie?
- Não. - disse o Mateo. - eu fico com o meu namorado.
- Nós ficamos juntos.
- Tudo bem, mas nada de envolvimentos. Então o Archie fica com o Tommy, e estamos conversados. Agora vamos passar à segunda parte da aula, que são as entregas dos testes.
- Estão bons? - perguntou a Brenda.
- Há de tudo, mas principalmente maus. Resultado do vosso estudo!
- Tem mesmo que dizer em voz alta?- perguntou o Tommy.
- Tenho sim. A Sam tirou um 11. A Alison tirou um 15. Kurt um 14. Mateo um 10. Melissa um 15. (...)As notas não eram mesmo nada de especial, o que me deixava muito preocupada. Tirar um 11...
[Narrando Kurt]
Depois das aulas, eu e o Mateo fomos para a minha casa:
- Amor, chegamos.
- Kurt, a tua mãe está em casa?
- Não, está a trabalhar.
Estava muito preocupada com a minha mãe, desde a recaída dela mas esperava que tudo ficasse bem.
- E se virmos uma série? - perguntei eu.
- Podíamos ver Eating Out?
- Maroto...
- Tu sabes que queres ver esse filme!
- Mateo, não quero não.
- Kurt, cala-te.
- Não quero mesmo.
- Vais dizer que não é o teu filme favorito?
- Claro que não é, seu parvo.
- Meu lindo, podemos apenas nos comer?
- Vamos para o meu quarto.
Fomos para o meu quarto, ele sentou-se cama, e eu coloquei no colo dele, e começamos a beijarmo-nos, ele tirou a camisola dele e a minha. E eu deitei-me por cima dele e comecei-lhe a beijar o corpo. Foi neste momento que eu vi que este era o rapaz que eu queria perder a virgindade, e o momento perfeito não tinha que ser arranjado nem escolhido, mas sim junto da pessoa mais especial que era o Mateo.
- Mateo, eu estou pronto.
- Estás?
- Sim. Tens preservativos?
- Estão na minha carteira, um minuto.
Ele foi buscar à mochila, colocou o preservativo e finalmente veio até mim:
- Kurt, posso? Estás mesmo à vontade, Baby?
- Sim, Mateo.[Algum tempo depois]
O momento finalmente tinha acontecido, e não podia ter sido mais perfeito. Após ter acontecido, ficamos deitados os dois juntos na minha cama:
- Kurt, o que achaste?
- Foi perfeito.
- A lista das pessoas que namorei é grande, mas a lista de pessoas que amei é muito mais curta.
- Também te amo, Mateo.
Ele beijou-me.
- És a única pessoa que me faz sentir eu mesmo. - disse ele.
- Mateo, és um príncipe.
- E tu és o meu príncipe, certo?
- Parvo. - disse eu beijando-o.[Narrando Alison]
Eu reparei que a Sammy ficou muito chateada de eu ter ficado com a Mar e não com ela, mas foi o correcto.
- Alison, queres ir foder e beber para minha casa?
- Vamos.
Fomos para a casa da Mar, e fizemos sexo mais uma vez.
- Alison, és tão gostosa, juro.- disse ela já bebada.
- Também és.
- Eu acho que gosto de ti.
- Mar, estão tão bebada juro.
- Eu estou mesmo a gostar de ti.
- Cala-te, Marvin.
- Queres ver um filme? Star Wars?
- Eu tenho que ir para casa, ter com a Virgínia.
- Tudo bem.
- Fica para outro dia, ok?
- Claro, Ali.Não sei porquê mas fiquei assustada quando a Marvin disse que gostava de mim, eu não gosto e não queria nada estragar a amizade entre nós.
Ela era atualmente uma das minhas melhores amigas e eu queria que assim permanecesse...
A vida não tem sido muito fácil para mim.
- Filha queres sentar-te um bocado com a mãe, a ver um filme, ou melhor, a nova temporada de You saiu, podíamos ver?
- O Jude e a Gina?
- Foram jantar fora com a Dalina, a mãe biológica da Virgínia.
- Ah está bem, vamos ver mãe.
- Vou fazer umas pipocas e sentámo-nos a ver.
- Perfeito!!![Narrando Sam]
- O que sentiste quando recebeste a nota de Biologia? - perguntou a minha psicóloga.
- Desilusão.
- E ao ver a Alison?
- Saudade.
- E ao saber que a Alison decidiu ficar com a Marvin no quarto?
- Deu-me vontade de morrer.
- Sammy, eu entendo que tu gostes da Alison, mas acho que chegou a hora de seguires em frente, querida.
- Mas...
- Foi uma decisão tua e eu acho que a correta, mas agora tens que lidar com isso e seguir em frente.
- Como?
- Sammy, isso tens que descobrir sozinha...
- Não é muito fácil em vê-la todos os dias.
- Eu entendo mas tu és uma pessoa forte e vais conseguir.
- Claro que vou!Não vou...
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Entre nós
RomanceAlison e Sam, começam um novo ano, e sentimentos controversos e até inimigos podemos entrar no seu caminho, mas será que no final o amor entre elas é mais forte que qualquer obstáculo?