17 de fevereiro, 2020
Hoje acordei muito ansiosa, pois queria entender o que se passou realmente entre a pequena Brenda e a Sam. Espero que ela não me tenha mentido, não sei se a nossa amizade iria suportar uma mentira como esta. Desde a mensagem da noite que saí com o Mateo, não houve mais notícias do mensageiro anónimo, será que queria uma única brilhante partida? Ou estava à espera do momento certo de continuar a sua saga?
Reparei que ao sair de casa, a minha mãe e o Peter estavam a discutir, mas não entendi muito bem o quê. Será que a minha mãe nunca vai puder ser feliz?
O dia estava muito nublado, vim de carro com a minha mãe e durante o caminho decidi tentar descobrir o que se tinha passado com o meu padrasto:
- Mãe, ouvi-te a discutir com o Peter, o que se passou? Impuseste-te e mostraste que as mulheres não são criadas?
- Filha, sabes a ex-mulher do Peter, a Stella?
- Sim, o que tem ela?
- Ela pediu ao Peter para ficar dois dias com a filha deles.
- Não a conheço, e porquê que ele ficou tão revoltado com isso?
- Ele hoje tinha marcado uma partida de snooker com os amigos, cerveja e jogos, sabes como são os homens, e não vai puder ir para ficar a tomar conta da filha dele e da Stella.
- Mãe, eu não concordo contigo sobre o teu contexto de homem, uma mulher também pode gostar disso e aliás até estou admirada, de não te ofereceres para cuidar dela!
- E achas que eu não fiz isso? O Peter diz que não quer que a Arya vá dizer à Stella o modo de vida que ele tem.
- Até a Stella fartou-se dele, mãe desculpa mas o Peter, não é um bom homem. E eu não digo isto para te chateares comigo, mas ele não presta!
- Filha chegamos, tem um bom dia de escola...A minha mãe nem me respondeu, acho que ela anda passada comigo, mas eu tenho de lhe dizer a verdade. O Peter é um homem que não a merece.
- Olá Sam, temos que falar e já.
- Ui ui, estás enervadinha, o que foi agora Alison?
- A Melissa contou-me que não trocaste apenas um beijo com a famosa Brenda!
- Eu ia-te contar mas não sabia como irias reagir a isso. Sei o que pensas da Brenda.
- Eu podia achar a Brenda a pior pessoa do mundo que eu merecia saber disso. Somos melhores amigas, eu quero saber tudo.
- Alison, podes ser a minha melhor amiga mas eu ainda tenho a minha vida pessoal. E se a Brenda me pedisse que não te contasse nada? Tinha de a respeitar.
- Primeiro de tudo está a nossa amizade.
- Meu amor, tu não és o centro do universo. Tenho de ir ter com a Brenda, nem tenho paciência neste momento para estas discussões.Como a Sam anda-me a irritar, não acredito que dormiu com a parva da Brenda. Mas porque me importo tanto?
Se a Sam quer isto, eu tenho de aceitar, porque não consigo aceitar isso?
Ao chegar à sala, o Archie empurrou o Kurt para um cacifo:
- Paneleiro!
- Archie estás parvo? Deixa o Kurt em paz! - disse eu com um tom de voz firme e frio.
- Meu amor, não entendo porque te sentes tão importado com a minha sexualidade, mas é como dizem: quem desdenha quer comprar - responde o Kurt com o seu ar de diva ao comentário infeliz do Archie. Adoro o Kurt, a sua auto-estima é indestrutível.No intervalo grande, decidi ir à casa de banho, quando abri a porta, ouvi a voz da Sam vindo de uma das casa de banhos, como sou uma intrometida de primeira, coloquei-me na casa de banho do lado a ouvir tudo, não me julguem:
- Amor o que tens? - perguntou a Brenda à Sam.
- Lembraste da mensagem anónima que diz que ando envolvida contigo?
- Sim, como me haveria de esquecer disso?
- Com isso, todos associaram que eu sou lésbica, e chegou aos ouvidos da minha mãe.
- Como ela reagiu?
- Ela está com vergonha de mim, e até fala em colégios de freiras, sabes a terapia da conversão?
- Sei, mas a tua mãe não te pode fazer isso, contaste à Alison?
- Brenda, a Alison e eu apenas discutirmos, ela está sempre com caprichos que nem consigo falar-lhe de mim, tudo gira em torno da sua necessidade.
- Fofinha, tem calma, vais ver que tudo vai correr bem, tens de falar com calma com a tua mãe e ela vai compreender porque apesar de tudo, ela ama-te. E sobre a Alison, vais ver que tudo se vai compor.
- Adoro-te.
- Também te adoro.Depois disto ouvi o som de um beijo, estava-me a sentir mal porque apercebi-me que não estava a ser uma boa amiga com a Sam, não estava a deixá-la falar comigo, todos estes dias estou a transformar problemas dela em meus, que ela até tem medo de me contar alguma coisa. Não sei o que fazer depois desta informação que ouvi. Acho que vou esperar que ela venha me contar.
Mas ainda não consigo engolir a Brenda, pareço uma paranóica ciumenta. Que horror.
Ao sair da escola, o Mateo veio ter comigo:
- Onde vais almoçar Ali?
- Não tenho nada combinado.
- Vamos ao chinês? Sei que adoras.
- É para já.Ao chegar ao restaurante, o Mateo puxou a minha cadeira para eu me sentar, como ele pode ser tão fofo?
- Pareces meia triste.
- Como me consegues ler tão bem?
- Muita sabedoria e persuasão! O que se passou?
- Por onde começar?
- Começa pelo início.
- É o que pretendo, temos a minha mãe e o meu padrasto, acho que a relação deles não funciona.
- A tua mãe é feliz?
- Lá no fundo, eu sei que não.
- Então o que estás à espera para tentar resolver as coisas?
- Se fosse assim tão fácil... depois tem a Sam, temos discutido!
- A vossa amizade é em volta disso, mas acabam sempre por perceber que se amam.Quando o Mateo disse isso, eu comecei a ficar com uma sensação estranho, a pensar porque tenho estado tem repressiva à relação da Sam e da Bree.
- És tão bonita, Alison.
- Achas mesmo?
- Sim, és especial. É tão fácil conversar contigo.
- Mateo pensava que já não existia homens como tu, és um doce.Neste momento, o Mateo inclinou-se e deu-me um beijo curto mas tão fofinho. Senti-me muito nas nuvens, acho que estava rendida aos caracóis dele.
O meu primeiro beijo tinha sido muito especial, não podia esperar pelo próximo e pelo a seguir a esse.- Sábado abre aquele parque de diversões, o do central Park, queres ir?
- É um encontro?
- Pode-se dizer que sim! - afirmou ele com uma voz tão amorosa.O discurso do Mateo fez-me ver que tenho de ir ter com a Sam e conversar com ela, bati à sua porta e sua mãe abriu-me:
- Alison?
- Boa noite, dona Ella, preciso de falar com a Sam, posso?
- A Sam está de castigo, só sai para a escola. Tem uma boa noite. - respondeu-me a Ella com uma voz estridente e arrogante.Ao dizer isto, fechou a porta e o meu telemóvel tocou, liguei-o e era uma continuação da saga do mensageiro: "Alison e Mateo tiveram o seu primeiro beijo, que fofos, será que se segue com sexo?"
Este comentário podia me custar muito, tinha medo que a minha mãe soubesse disto e pensasse que eu era uma máquina de sexo, sei lá.
Era hora de derrubar este mensageiro anónimo.

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Entre nós
RomanceAlison e Sam, começam um novo ano, e sentimentos controversos e até inimigos podemos entrar no seu caminho, mas será que no final o amor entre elas é mais forte que qualquer obstáculo?