Bitch Alison

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6 de março de 2020
Já tinha passado dois dias desde que o mensageiro quis destruir a relação do Kurt e do Mateo, junto comigo mas não disse mais nada, ontem foi feriado então não tive com nenhum deles. Passei-o inteiro a jogar cartas com a minha mãe, vulgo Meredith.
Hoje de tarde, estava decidido que ia à prisão, falar com o Peter para deixar a minha minha mãe em paz de uma vez por todas.
Vi nas histórias do Mateo do Instagram com uma conta fake, óbvio, que ele e o Kurt puseram fotos de mão dadas, já tinha chegado a esse ponto?
Não conseguia suportar velos de um lado juntos, e do outro a Bree e a Sammy.
Neste momento, tinha que me esquecer disso pois a doença da Brenda é o mais importante...
Depois de tomar umas torradas, como todas as manhãs, decidi ir a pé com a Brenda para a escola:
- Alison, obrigado pela ajuda, todas as manhãs.
- De nada, quero que melhores...
- Eu sinto-me bem.
- Está bem.
- Quem pode ser que está a sentir-se mal és tu, do Kurt e do Mateo serem um, como hei de dizer sem te magoar, casal...
- Já estou melhor, mas mesmo assim não consigo suportar a dor emocional de os ver juntos, sabes, eu amo o Mateo. E ver o que ele fez comigo, é duro!
- Em defesa dele, tu também não lhe davas muita atenção, parece-me sempre que estás interessada noutra pessoa...
- Eu? Brenda, não quero falar sobre a minha relação, ou melhor ex-relação!

A Brenda e eu, meio que travamos uma amizade mas não queria que ela comentasse com o intuito de gozar, a minha relação ou com o Mateo ou com o Kurt. Só quem passou por isto é que sabe, o quanto dói... e eles nem ficam tão fofos assim. O Kurt e o Tommy são mil vezes mais fofos.

[Narrando Kurt]
Hoje, era o tal jantar que as mães do Mateo me convidaram para as conhecer. Estava tão entusiasmado, igual a quando vi que a Catra e a Adora eram um casal. Nem tanto...
O que foi? Eu esperava muito por esse momento!!
O Mateo hoje não me podia vir buscar a casa, porque tinha de ir ao lar da avó, hoje era o dia do lar que celebrava os netos, achei a atitude dele tão fofa. Estava mesmo apaixonado por ele...
A Alison, durante o feriado, mandou-ms uma mensagem que queria falar comigo sozinha pois hoje seria o momento indicado, pois o Mateo ia faltar os primeiros tempos da manhã. Como ela tinha decorado a data que ele ia visitar a avó? Sinistro, mas é mesmo a Alison...
Hoje seria o dia ao pequeno-almoço que ia contar aos meus pais que eu e o Mateo namorávamos.
- Bom dia, pai e mãe.
- Kurt, bom dia! - afirmou a minha mãe.
- Então, lembram-se que eu e o Miles acabamos?
- Sim, prossegue. - disse o meu pai, com uma voz duvidosa do que poderia vir a dizer. Foi muito difícil para o meu pai aceitar que eu sou gay, mas acabou por aceitar, o que foi muito importante para mim.
- Eu apaixonei-me por outra pessoa, e meio que namoramos. - disse eu super envergonhado.
- O Tommy? Filho, sinceramente o Miles era bem melhor... - explicou a minha mãe.
- Mãe, o Miles faz parte do meu passado, e o Tommy é um redondo não, é o Mateo.
- O filho do casal das lésbicas? - perguntou o meu pai.
- Sim, esse mesmo. E hoje vou a um jantar com elas duas para conhecê-las. Será que para a semana não o queriam conhecer?
- Isso está assim tão sério, esse não é aquele que pratica skate e que todas as raparigas suspiram a olhar para ele? - interrogou a minha mãe.
- Agora já não, porque ele meio que é meu, cuidem-se meninas.

Como até a minha mãe conhecesse a reputação do meu namorado? É tão emocionante finalmente chamar o Mateo de NAMORADO.

[Narrando Sam]
Não compreendia, como a Brenda conseguia ir todos os dias a pé, a minha casa ou melhor nossa fica a 22 minutos da escola a pé. Hoje a Ali e o Kurt iam ter uma conversa, e eu não queria ficar no meio. Mas claro que ia assistir à conversa, para moderar o palavreado de ambos, depois de uns 7 minutos chegou a Alison à escola:
- Sammy, o Kurt?
- Bom dia, está ali com a Marvin.
- Desde quando que a esquisita da Marvin é amiga do nosso Kurt?
- A Marvin até pode ser esquisita. Mas tem lá calma, o nosso Kurt não é nosso. Ele é um só... e é amigo de quem quer.
- Sam, sabes que eu e a Marvin não somos amigas, podes ir chamá-lo?
- Alison, vai para trás da escola, eu vou chamá-lo.

Ela foi indo, e eu dirigi-me para perto de ambos e disse:
- Olá Marvin, posso te roubar o Kurt por uns minutos?
- Podes, mas depois quero-o de volta porque estávamos a falar de Love Island.

Eu peguei no braço do Kurt e enquanto íamos para traz da escola eu disse:
- Obrigada por me trocares.
- Mais uma Ali?
- Não é isso, mas pensava que com quem falavas de Love Island era eu...
- Ui cuidado a ciumenta.
- Estou a gozar, chavalo.
- É por isso que eu te adoro.
- Lindo, eu também!

A amizade que eu tinha com o Kurt era perfeita, mas agora depois do sossego vinha a fúria, chegamos perto da Alison e o drama ia começar:
- Alison, então?
- Olha Kurt, sem ironia e sarcasmo, por favor!
- Não sei se consigo mas vou tentar...
- Sabes como eu me senti depois de ver-te com o Mateo? Foi a pior coisa do mundo. Ver o meu melhor amigo do mundo inteiro com o meu namorado, tenta me entender, não foi fácil... e ainda não está a ser.
- Gostei muito de conhecer-te, Alison, porque assim descobri que tipo de pessoas que não quero perto de mim... odeio chantagem emocional!
- Kurt, não é isso, imagina que tu namoravas com o Miles, e eu roubava-o para mim, sem tu saberes nada do que eu nem outro sentia... achas que esse sentimento é fácil?

Neste momento que a Alison disse isto, o Kurt saiu a correr quase a chorar, estava farta de ver as pessoas mais importantes da minha vida a discutirem por um rapaz.

[Narrando Alison]
Eu estava disposta a desculpar o Kurt, mas não o queria com o Mateo.
Depois da escola, e de almoçar com a Bree como todos os dias, fui então à prisão, mandei chamar o Peter e ele surpreendentemente aceitou o convite:
- Vieste trazer os cigarros pela tua mãe?
- Nao fales na minha mãe, seu nojo.
- Alison, obrigado pela visita mas vou embora...
- Vou-te dar duas hipóteses, Peter, ou afastas-te da minha mãe ou eu vou ao tribunal e acuso-te de tentativa de pedofilia, mas se achas que mais uns anos é pouco, tudo bem.
- Como aprendeste a ser tão má?
- Aprendi contigo. Obrigado pela lição...
- Não tenho mais nada a dizer.
- O silêncio de gente inútil costuma ser sinfonia para os meus ouvidos, mas preciso de uma resposta clara.
- Eu vou-me afastar da Meredith.
- Até à próxima!

[Narrando Kurt]
Custava-me muito tomar esta decisão, mas era de momento a mais acertada.
Combinei um encontro com o Mateo, e ia ser o momento mais triste e doloroso da minha vida, mas talvez acertado:
- Kurt, estás bem?
Ele aproximou se de mim para me dar um beijo, e eu afastei-o.
- Mateo não posso...
- Kurt estás a deixar-me nervoso, o que se passa?
- Eu acho que o melhor é acabarmos, o que me custa mas é o mais acertado a fazer de momento.
- Kurt não digas isso, eu adoro-te.
- Mateo, desculpa, mas é o mais acertado, não quero fazer ninguém sofrer pela minha felicidade...
- Não me faças isto, por favor, a nossa história ainda não acabou.
- Acabou-se agora...
- Se estás a acabar, pela Alison, ela não decide o certo e o errado... ela não me pode impedir de gostar de ti.
- Mateo, não me vais mudar de ideias, eu e tu acabamos!
- Kurt, por favor não termines isto, neste pouco tempo tornaste-te tudo pra mim!
- Agradece a disponibilidade do jantar das tuas mães, mas já não posso ir...
- Da-me mais uma oportunidade...
- Adeus Mateo!

Quando virei-me de costas, o Mateo não parava de chamar "Kurt, Kurt, Kurt".
O meu coração estava partido em mil bocados. Não conseguia pensar noutro coisa, se não na cara de desiludido que o Mateo fez-me. Tinha deixado a coisa que mais me fazia feliz pela Alison.

[Narrando Alison]
Depois de jantar com a minha mãe, puré com bacalhau, que eu amo, recebi o toque do veneno do mensageiro para acabar o dia: "Alison, o Kurt e o Mateo já acabaram mas o mérito é todo teu, para a próxima dividimos o prazer deles acabarem, certo? Boa noite, malvada Xoxo".
Parece que o Kurt fez o certo, mas porquê que eu não me sentia tão bem quanto eu pensei?

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