Dear Mateo

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17 de março de 2020
Ontem quando cheguei a casa, a minha mãe decidiu contar-me que estaria a ter uma relação com o Jude, o pai da terrível Virgínia e disse-me que hoje à noite teríamos um jantar com eles.
A minha vontade desse jantar era 0, mas não queria desiludir a minha mãe, sei que ele estava a passar por um período complicado.
Ainda não conseguia parar de pensar no impacto que o beijo com a Sam teve para mim, eu apercebi-me que gostava dela apesar da minha cabeça ainda dizer que apenas gosta de gajos. O que me deixou mais chateada e sem noção foi o facto de ela ter desvalorizado o beijo. Sei que ela namora com a Brenda o que torna o beijo totalmente errado mas mesmo assim é difícil para mim.
Quando desci pra tomar as minhas torrada, dei de caras com a Virgínia, mais uma vez:
- Olá. - disse-me ela.
- Olá Virgínia.
- Os nossos pais foram comprar uns croissants para o nosso pequeno-almoço.
- Ah ok!
- Eu sei que eu e tu não éramos propriamente amigas, e a nossa constante luta pela amizade da Sammy era ridícula, e peço desculpa por isso mas acho que devíamos recomeçar.
- Ótimo, e já foi à tanto tempo...
- Hoje vens ao jantar, certo?
- Sim.
- Vou trazer o meu namorado, tens algum namorado ou namorada?
- Não, estou solteira. E o teu, quem é?
- Chama-se Scoot, acho que não o conheces. Pensava que ainda namoravas com aquele Mateo, ele era muito giro.
- O Mateo e eu acabamos, ele está apaixonadíssimo pelo Kurt.
- O Kurt e o Mateo?
- Sim, Virgínia.
- Podes chamar-me Vee e eu estou chocada, o Mateo é bissexual?
- Parece que sim. Mas acho que eles gostam muito um do outro.
- E a Sam?
- Namora com a Brenda. Sabes aquela ruiva?
- Ah já sei. Obrigada pelos updates.

A Vee parecia mudada, acho que estava a gostar de conhecê-la. Nunca neste mundo esperaria estar a dizer isto.
Entretanto a minha mãe e o Jude chegaram com os croissants e era hora de ir pra a escola.

[Narrando Kurt]
Não tinha forças para me levantar pra ir para a escola, só me passava imagens do Mateo a foder com a Sophie, o que para mim era como sentir um tiro.
Parece que a conversa dele que esperaria para quando eu estivesse pronto, que não queria apressar o sexo, era tudo mentira. É só um tarado como quase todos os outros rapazes. A hora do começo da escola estava perto e eu ainda não me tinha levantado, quando a minha mãe apareceu:
- Filho o que se passa? Vais chegar atrasado, temos de ir.
- Mãe posso faltar hoje, por favor?
- Kurt, claro que não. Tens exame a inglês, e mais hoje já é sexta.
- Mãe eu não quero ir!!! - disse eu começando a chorar intensamente.
- É o teste?
- Não, eu não quero saber do estupido teste.
- Kurt o que se passa?
- Sabes o meu namorado, o Mateo?
- Sim, nunca te vi tão feliz com outra pessoa.
- Ele traiu-me...
- Não acredito.
- Foi com uma gaja do nosso ano, uma Sophie.
- Filho, ele não presta, tens de ter força para te levantares e enfrentá-lo. Não podes mostrar que ficaste afetado.
- Eu gostava mesmo dele. - disse eu a gritar ao mesmo tempo que chorava sem parar.
- Eu sei, meu amor. - disse ela, vindo-me abraçar- eu sei!

Depois de tomar banho, vesti-me e fui para escola. Na entrada, encontrei a Sam.
- Kurt?
- Olá.
- O quê tens?
- Eu? Nada.
- Estás com cara de quem esteve a chorar, estou a ficar preocupada.
- Sala. Vamos.

Fomos os dois em direção à sala de biologia:
- O que se passa, Kurt?
- Ontem... - comecei eu a contar, começando ao mesmo tempo a chorar.
- Meu amor, tem calma. Eu estou aqui.
- O Mateo, traiu-me com a Sophie!!!!
- Filho da puta, o quê? Não pode ser...
- Mas foi mesmo o que aconteceu, ele não aguentar não ter sexo, e foi dar o pau à primeira gaja que lhe apareceu...
- Mas como soubeste? Ele contou-te?
- Achas? Ele agiu como se estivesse tudo bem. Foi o Miles, que me mostrou uma foto deles se beijado, o tal mensageiro anónimo mandou-lhe SMS com a foto.
- Kurt, eu tenho de ir falar com o Mateo.
- Sam, para.
- Cala-te.

[Narrando Sam]
Não podia acreditar, que o Mateo tinha feito isso ao meu melhor amigo, depois de todos os obstáculos que eles passaram para ficarem juntos, custava-me a acreditar nisto.
No caminho para a entrada da escola, dei-me de caras com a Sophie e não podia deixar de ir falar com ela:
- Gajas desandem, eu quero falar com a vossa amiga Sophie a sós.
- Ok. - disseram a Mia e a Jamile, saindo.
- Quem és tu mesmo? Chamaste-te Sam? É que sempre associei esse nome a cão.
- Olha cabra, eu quero saber porque foste te envolver com o Mateo, gostas de ser a amante?
- Não tens nada haver com isso. Mas o pau era ótimo, ótimo mesmo.
Quando ela disse isto, eu não me controlei e dei-lhe um estalo.
- Antes de te meteres com um dos meus amigos, pensa nas consequências! Eu sei que não foste tu que cometeste a traição, mas sabias muito bem que o Mateo e o Kurt eram um casal, e sujeitares-te a este ponto é triste.
- Mas és tu que decides o que eu faço? E não tens nada que me bater.
- Vais fazer queixinhas ao diretor? Fixe, é só mais uma falta!
- Não, não vou. Mas que saibas que isto não acabou aqui.
- Manda vir, vadia.
- Adeus Sam, digo mais uma vez o sexo foi escaldante.

Comia alguém podia ser tão estúpida como esta gaja? Na ida para o portão, choquei com a Alison mas decidi ignora-la porque não queria falar dos meus sentimentos do beijo.
Apesar de eu ter mentido à Alison, sobre o beijo, preferia continuar a mentir pois não queria magoar a Bree. Sei que não era um bom exemplo para criticar o Mateo, mas se fosse hoje eu não teria beijado a Alison e acho que a situação foi diferente pois eu estava fragilizada por causa da minha mãe, mais que foi um beijo com duração mais que curta.
Na porta encontrei o Mateo:
- Atrás da cantiga já, Mateo.
- Vamos Sam
Ao ir pra lá, não trocamos nem mesmo uma palavra, eu estava mesmo furiosa com ele:
- Então?
- Então, digo eu, Mateo.
- Já soubeste?
- Sim.
- Eu não sei o que se passou com o Kurt, eu nunca o trai.
- Olha Mateo deixa-te de tretas e das tuas merdas, porque agora sou eu que estou a falar contigo, tu e o Kurty tinham uma coisa boa, até para não dizer uma coisa perfeita, e tu foste fazer isso ao meu melhor amigo?
- Sam, mas eu...
- Cala-te, não digas nada. Eu estava a pensar em dar-te um estalo ou murro na parte frágil mas não vou descer a esse nível baixo. Acho que chega saber que és uma grande desilusão e não mereces ser feliz, para mim não fales mais. A nossa amizade acabou aqui...
- Sam deixa-me explicar? Eu não o trai, eu juro.
- Pois não, tens razão. Apenas deixas-te a vaca da Sophie chupar o teu pau.
- Sam, como é que o Kurt pensa que o trai?
- Mateo, não me venhas com as tuas mentiras, e se queres tanto saber, vai falar com o Miles.

Neste momento eu saí de perto dele e nunca tinha estado tão triste nestes últimos tempos. Fui ter com a Brenda e o Kurt e entramos para a sala:
- Meninos com a vossa dupla, vão fazer um trabalho.
- Professora, peço desculpa mas posso trocar de par?
- Não queres trabalhar com o Mateo?
- Mateo, quem? Não, não quero.
- Kurt, eu... - disse o Mateo de voz baixa.
- Cala-te. - respondeu o Kurt.
- Kurt fica com a Alison, que o Mateo fica com o Tommy.

[Narrando Alison]
O que se estaria a passar entre o Mateo e o Kurt? Acho que me me estava a escapar algo, já não seriam um casal.
Naquela altura tocou-me o telefone, e era o meu amigo M.A " Gira o disco e toca o mesmo, Alison já tens o Mateo solteiro para ti, mas não sei se queres uma relação a três com a Sophie? Um menage pode ser libertador, e falo por experiência!"
Ah? Sophie?

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