Doze.

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AVISOS: Esse capítulo, assim como todos os outros, contém assuntos sensíveis como prostituição, insinuação de sexo e menção à assassinato.

Em mais um episódio de teimosia Seungcheol tentou procurar em vão pelo chinês nos estabelecimentos próximos e ruas dos arredores, mas ele simplesmente desapareceu da mesma forma que apareceu. Mais frustrado ainda finalmente ele se deu por vencido e pediu um carro particular para a delegacia já que tinha deixado o seu em casa.

Desceu na frente da construção e entrou com pressa, vendo alguns poucos colegas trabalhando até tarde. Foi com pressa na direção da mesa de Wonwoo, que estava com a cara enfiada em alguns papéis antes de perceber seu superior e reverenciá-lo, fazendo um sinal com a mão para que ele chegasse mais perto da mesa.

— Consegui realizar uma ligação mais cedo com aquele número de telefone que estávamos falando sobre faz um tempo, por meio dele eu consegui uma pista crucial que vai nos fazer chegar nos culpados em menos de três semanas. — O tom do avermelhado era de pura excitação, tanta que seus olhos até brilharam encarando as papeladas e arquivos. — O morador nos deu algumas informações-chaves, dois nomes, sendo mais específico.

O mais novo mexeu em alguns papéis e então puxou uma pasta debaixo da mesa, desenrolando o barbante que a fechava e tirando uma única de folha de lá. Haviam palavras escritas à mão e uma foto impressa, esta que fez o investigador se arrepiar dos pés à cabeça ao reconhecer o homem na imagem.

— Esse homem foi apontado como um agiota do bairro. Começou como uma lenda local, mas pelo que se sabe vários outros moradores o procuraram por dinheiro. Não há nenhuma confirmação mas ele pode ser o responsável pelas duas mortes que ocorreram há 10 anos atrás. A ficha dele é limpa, tirando por uma pequena infração de trânsito há quatro anos. E o nome dele é Wen Junhui. — Ergueu a folha, com um esboço de sorriso no canto da boca. — Mas não é o único nome e rosto que temos. Esse aqui é ainda mais peculiar. É uma… celebridade.

O policial tornou a mexer nos papéis dentro da pasta com uma felicidade palpável, mas de repente o mais velho se viu ansioso. Não soube exatamente o porquê e se pudesse voltar no tempo não teria feito aquilo, mas algo dentro de si lhe fez impulsivamente interromper seu subordinado.

— Eu encontrei com ele hoje. Wen Junhui. — Seungcheol murmurou, chamando a atenção do outro que parou de mexer na pasta para lhe encarar com uma expressão difícil de decifrar. — Estava em Kabukicho quando ele me parou, ele sabe que estamos atrás dele.

Wonwoo crispou os lábios enquanto encarava seu chefe, os olhos percorrendo cada canto de sua expressão. Engoliu em seco e abaixou o olhar enquanto guardava a pasta debaixo da mesa outra vez, sentindo-se muito estranho. Resolveu não perguntar o que seu chefe estava fazendo num distrito da luz vermelha fora de serviço, talvez fosse intromissão demais.


— Tô indo, se cuida. Sobrou pizza no microondas. — Jihoon se despediu, fechando a porta.

Ainda nu e com gozo sujando o torso, Minghao tragou o cigarro entre os lábios e suspirou, sentindo tédio lhe atingir. Seu melhor amigo, recorrentemente seu parceiro de foda, era uma das poucas pessoas que lhe entretia no tempo livre. Seokmin também era um desses mas ultimamente o rapaz estava sempre ocupado quando o chinês o chamava para qualquer atividade fora do horário de trabalho, então ele já não era mais uma opção.

Escrever não era uma opção naquele dia de folga tão relaxante, então o rapaz se levantou com dificuldades e esfregou os olhos, apagando o cigarro no cinzeiro e se levantando para tomar um banho. Quase escorregou no piso molhado e xingou baixinho, lembrando-se porque odiava quando Jihoon resolvia tomar banho em sua casa depois de transar consigo. Ligou o registro de água morna e suspirou, encostando a cabeça nos ladrilhos da parede enquanto pensava no que fazer.

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