Nove.

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AVISOS: Esse capítulo, assim como todos os outros, contém assuntos sensíveis como menção a assassinato, perseguição e uso de drogas (maconha).


Uma semana depois.


Não estava sendo um trabalho fácil para nenhum dos dois policiais coreanos se adaptar à nova rotina depois que uma onda de denúncias e novos casos começou a acontecer, além da "Operação Xian", que era o caso em que ambos estavam atuando na Coreia do Sul antes de serem transferidos. Uma pausa era algo raro e as folgas estavam bem longe de chegar, então descansar não era uma opção.

Porém, num dia, a sorte resolveu sorrir à favor de Jeon Wonwoo. Correndo pela delegacia com muita pressa, o rapaz foi logo buscando por seu superior coreano o mais rápido que podia enquanto abraçava o monte de arquivos contra seu peito como se fossem o bem mais precioso de todos. Vez ou outra acabava esbarrando em algum colega de trabalho mas só tinha tempo de curvar-se rapidamente em desculpas, pois estava morrendo de pressa.

— Senhor investigador Choi! — Bateu continência depois de bater na porta do escritório, recebendo a atenção do próprio.

— Entre, Wonwoo.

O avermelhado entrou e fechou a porta atrás de si, sentando-se na cadeira vaga. O outro tinha os braços cruzados, fazendo seus músculos se destacarem graças à farda arrochada, observando seu subordinado tirar alguns papéis da pequena pasta parda antes de colocá-los em seu campo de visão, lhe forçando a colocar seus óculos de grau para ler o que estava escrito.

— Consegui achar um homem, um único homem que tinha telefone naquele bairro pobre em Shenzhen. — Explicou ao seu chefe, enquanto o mesmo lia os arquivos. — Ele trabalha na metrópole então caminhava o vilarejo inteiro até chegar no emprego.

— Oficial Jeon... — O moreno murmurou, abaixando os óculos e encarando o rapaz por cima deles. — Perdoe-me, mas o que isso tem a ver com o caso que estamos investigando?

— Esse homem diz ter visto dois rapazes negociando em um vilarejo pobre de Shenzhen há cerca de 10 anos atrás. — Wonwoo explicou, fazendo os olhos alheios brilharem. — Nesse mesmo período duas pessoas foram assassinadas nesse mesmo local, com diferença de um mês, e de acordo com a testemunha um dos rapazes pode ser o responsável por essas mortes.

— E ele tem algum nome? — Seungcheol indagou, olhando os papéis.

— Não ainda. Dois agentes daqui foram enviados até o tal vilarejo para coletar mais informações, mas não se sabe ainda o nome exato de nenhum suspeito. — Jeon explicou, engolindo em seco. — Já é um progresso, em um mês e meio investigando o caso na Coreia não conseguimos uma única pista sequer.

— O telefone... — O investigador murmurou de repente.

O Choi se levantou de supetão e tirou o telefone do gancho, discando com certa pressa o número impresso em um dos papéis que seu subordinado lhe trouxe. Bateu o pé em nervosismo enquanto a chamada não era atendida e cruzou os braços, tendo o olhar nervoso do outro policial em si. O escritório ficou emergido em silêncio até que o mais velho estalou a língua no céu da boca em frustração, colocando o telefone de volta no gancho e se sentando enquanto massageava suas têmporas.

— Nada? — O avermelhado perguntou.

— Nada. — O moreno respondeu, com a frustração nítida em sua expressão. — Quero que volte ao seu posto e ministre chamadas de 40 em 40 minutos. Se alguém atender, me avise imediatamente.

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