AVISOS: Esse capítulo, assim como todos os outros, contém assuntos sensíveis como morte, violência explícita e menção à prostituição.
Cantando pneu ao fazer a curva, a viatura finalmente entrou em uma das ruas de Kabukicho cedo, enquanto o sol da manhã ainda cumprimentava os transeuntes. A rua estava vazia, o que não era incomum em bairros do distrito da luz vermelha; era quase como se aquelas partes da cidade só tivessem vida de noite.
A viatura parou próxima ao Scandale, local em que desejavam entrar, e então os dois agentes da lei saíram do carro, caminhando devagar na direção da porta fechada. Se não conhecessem bem o bairro e não fossem policiais, aquele local poderia se passar claramente por um estabelecimento comum pela manhã.
— Sabemos que estão aí e estão ouvindo! Vocês estão todos presos, saiam com as mãos onde eu possa ver! — Um deles gritou, engolindo em seco. — Se não abrirem a porta, nós vamos arrombar e entrar atirando!
Quase um minuto se passou em total silêncio e então os dois oficiais se olharam, assentindo com a cabeça. Os dois pegaram suas armas e o que estava mais próximo da porta começou a desferir chutes contra a madeira vermelha até que a porta cedeu, abrindo.
O oficial foi engolido pela escuridão quando seu corpo foi jogado para frente com o impacto de seu corpo se atirando contra a porta, precisando de alguns passos para se balancear no piso do local — Scandale parecia um cenário de uma cidade fantasma naquele horário, diferente de quanto estava lotada de prostitutos sem roupa e clientes atrevidos fedendo a álcool.
Um barulho molhado e rápido atrás de si cortou sua audição, lhe fazendo erguer os ombros em alarme e virar-se de frente rapidamente, com a arma apontada para a origem do som. Seu sangue ficou gelado quando viu seu parceiro de olhos arregalados, com uma cachoeira de sangue escorrendo pela frente de sua farda enquanto tentava, inutilmente, tirar o canivete enterrado até o cabo em sua garganta. Seu corpo tombou na calçada, sem vida.
Um par de braços envolveu o pescoço do policial restante e ele arregalou os olhos, tremendo ao que não conseguia mais se mover tamanho o choque, suas habilidades criadas na academia de polícia todas descendo pelo ralo assim como o sangue de seu parceiro escorrendo para a boca-de-lobo mais próxima.
— Eu adoro homens fardados, sabia? É um fetiche meu, bem peculiar... — Uma voz murmurou em seu ouvido, com os lábios colados em seu lóbulo. — Mas eu simplesmente não consigo resistir a um policial tão bonito e jovem assim.
A pessoa atrás de si lentamente rodeou seu corpo e parou em sua frente, se revelando: era um rapaz de cabelos loiros e bochechas salientes, com o sorriso mais doce e, ao mesmo tempo, mais assustador que aquele homem já havia visto em todos os seus sete anos de carreira.
Enquanto Seungkwan se afastava, o policial foi rodeado de homens fortes e bem-armados. Os gritos e barulho de ossos sendo quebrados foram suficientes para dar ao cafetão a certeza que ele precisava ter, então cruzou o grande salão vazio e acendeu as luzes, tirando um bolo de dinheiro da barra de sua cueca. Foi na direção do mais alto dos homens e lhe deu o dinheiro, sorrindo de lado.
— Obrigado pela proteção, Johnny. — Piscou, contornando uma das tatuagens da Yakuza que o homem tinha. — Foi muito bom fazer negócios com você.
— Que isso, disponha. Foi seu garoto que veio me pedir, é ele quem você tem que agradecer. Só tô cumprindo minha parte. — O mafioso ergueu as mãos em modéstia e sorriu, ajeitando os próprios fios. — Vai lá pra cima com ele, eu e os caras vamos terminar com esses comédias e dar um jeito nos corpos. Fica tranquilo, a polícia vai esquecer de vocês. Eu e Yuta planejamos tudo.
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KINDRED.
FanfictionMortes, drogas, mentiras e sedução. Deslumbrado pelo dinheiro fácil, Minghao, um jovem escritor, entra numa teia de mentiras e atração quando um fantasma de seu passado volta para lhe assombrar junto com muitas outras figuras emblemáticas. Um mês, t...