Vinte e um.

66 8 9
                                    

AVISOS: Esse capítulo, assim como todos os outros, contém assuntos sensíveis como morte e violência explícita.


Definitivamente aquele ato seria muito mais perigoso há quase um mês atrás, mas as coisas escalaram tão rápido que literalmente qualquer um faria o mesmo que Minghao e se arrumaria com pressa para ir atrás de Junhui, depois do rapaz praticamente desaparecer.

Ainda estava morrendo de raiva do agiota e, honestamente, não fazia ideia de qual seria sua reação ao encontrá-lo cara a cara de novo, mas não conseguia suprimir a curiosidade sobre o que aconteceu depois que ele desmaiou. Não fazia ideia do potencial do rapaz, mas ele havia se mostrado um criminoso muito competente quando sumiu com as provas do crime e o cadáver de Kim Mingyu sem deixar nada além de uma simples pétala de girassol — e agora entendia como levaram mais de 10 anos para que as autoridades encontrassem o homem.

Hesitou um pouco, mas de repente percebeu que tudo o que estava acontecendo em sua vida era por causa de suas fugas e mentiras. Não fugiria de Wen Junhui. Não mentiria sobre querer saber o que ele fez com o corpo do fotógrafo. Se ele fosse lhe matar, talvez isso parasse sua onda de maldades e livrasse a cara de seus amigos, então não estava com medo. Faria o que precisava ser feito.

Pegou um táxi e disse o endereço do acastanhado, que acabou gravando na cabeça por não poder salvá-lo no celular ou escrevê-lo em lugar algum. Suas mãos estavam começando a ficar suadas e seus pés batiam no tapete do piso ritmadamente, evidenciando sua ansiedade, mas logo o veículo parou na frente do condomínio. Entregou algumas notas para o motorista e desceu, parando na frente do local.

O portão eletrônico estava aberto e isso fez Minghao questionar a segurança do ambiente, mas logo se esgueirou para dentro e se abaixou perto da guarita do vigia, esperando um novo momento de distração para correr na direção do elevador. Entrou e pressionou o décimo andar nos botões, respirando fundo.

A caixa metálica tremeu quando chegou no andar desejado e as portas se separaram, dando espaço para o rapaz sair e chegar no corredor. Seu dedo trêmulo pressionou a campainha e ele esperou, sem resposta.

— Wen Junhui, sou eu! — Gritou, fazendo careta ao soar mais alto do que deveria.

Se seus cálculos estavam certos, meia hora se passou desde que ele chegou no local, o tempo total que passou apertando a campainha e chamando o nome do mais velho na frente de sua porta. Por um momento se sentiu burro de imaginar que um agiota que recém-matou uma pessoa teria tempo de ficar em casa dando mole, mas também não se culpava por ter tentado.

Havia se sentado no chão e estava brincando com seus dedos, entediado, já que não tinha mais um celular com internet — deu a sorte de conseguir um telefone flip descartável e dar seu número provisório para Jihoon, que quase teve uma síncope ao descobrir sobre Mingyu mas prometeu que não diria nada a ninguém até que tudo se resolvesse. Não sabia até quando teria que esperar, e isso lhe fez querer ir embora.

De repente a porta se abriu e fez o chinês dar um pulo, ficando em pé num movimento só e encarando a figura que sairia pela porta. Ajeitando a blusa e limpando o canto da boca, Joshua saiu de dentro do apartamento com os cabelos bagunçados. Ele fez contato visual com o ruivo e congelou por um momento, mas andou com pressa até o elevador depois de olhar o outro de cima a baixo e fechou a porta o mais rápido possível, deixando o outro confuso.

— Veio me ver?

Deu outro pulo de susto quando ouviu a voz repentina de Junhui, mas logo já estava avançando na direção do mais velho. Fechou a porta com um chute e prensou o outro contra a parede pelo pescoço, o enforcando enquanto encarava o fundo de seus olhos.

KINDRED.Onde histórias criam vida. Descubra agora