Capítulo 30

110 13 64
                                    

"arte (s.f)

habilidade ou disposição dirigida para a execução de uma finalidade prática ou teórica, realizada de forma consciente, controlada e racional."

Camila

De repente, me vejo em um salão gigante de festa. Estou estranhamente sozinha para um lugar tão grande, por isso, caminho em busca de algum sinal de vida. 

Ao andar, percebo que estou usando um vestido rodado típico de uma princesa. Franzo a testa, sem conseguir entender, mas quando levanto a cabeça, já não estou mais sozinha e sim no meio de um baile. 

— Me conceda esta dança? — olho para trás quando ouço aquela voz familiar.

Tomás está de smoking estendendo-me a mão. Aceito seu pedido com um sorriso, feliz por tê-lo ali. Começamos a dançar trocando olhares profundos e apaixonados. Em certo momento, Tom me gira, fazendo-me sentir da própria realeza, entretanto, quando eu volto para seu encontro, não é mais Tomás que está dançando comigo e sim Julian.

— Jules? — pergunto, confusa. 

Acordo em um pulo e me sento na cama, passando a mão nos meus cabelos zoneados. 

O que diabos foi isso?, penso comigo mesma. 

Olho para o lado e vejo Alissa dormindo profundamente. Deve ser de madrugada ainda.

Pego meu celular para ver o horário e vejo uma mensagem justamente de Julian:

Topa fazer alguma coisa amanhã?

Eu e Julian estamos realmente mais próximos, afinal, todas as vezes que não estou em um bom dia, eu olho para o lado e Jules está ali. Eu não poderia me sentir mais grata por tê-lo ao meu lado. Digito rapidamente no celular que topo e logo vem a resposta: 

Está acordada ainda? 

Sorrio. Julian é um morcego quando se trata de dormir tarde. É claro que ele estaria acordado.

Acordei do nada, mas já estou indo dormir de novo. Você deveria fazer o mesmo, Jules.

Como antes, a resposta vem rapidamente.

Muitas coisas na cabeça que não me deixam dormir. Mas não vou te encher com minha lamúrias. Boa noite, Mila. 

Respondo, deixo meu celular de lado e volto a deitar. Fechos os olhos torcendo para que meu sono seja sem sonhos.

***

Desde o dia que conheci Jean, eu vislumbrei a pessoa incrível que ele é, contudo, com a convivência, percebi que essa palavra era um eufemismo para definir quem é meu amigo realmente.

Estávamos todos na estreia da peça em ele está estrelando: Romeu e Júlio, uma versão queer do clássico de Shakespeare. Meu amigo foi um Júlio espetacular e tirou boas risadas de nós.

O talento e o pertencimento de Jean ao palco é inegável.

Agora estamos em uma lanchonete próxima da universidade para comemorarmos o sucesso de nosso amigo.

— Eu juro que quando eu estiver na Broadway, não vou esquecer que vocês estavam na estréia da minha peça de maior sucesso. — discursa o ator, abanando o rosto para não chorar.

— E eu vou poder falar que além de conhecer você antes da fama, eu comia os picles que você tira de seu lanche. — diz Alissa ao esticar o braço e pegar o picles do prato dele.

Resenha Amores | Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora