Capítulo 13.1

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"Mahalo (s.f.)

'gratidão', como um modo de viver"

Camila

Um anos atrás

Fecho meu armário e olho para Joana. 

— Eu sei, amiga, mas... — deixo minhas inseguranças no ar.

— Mas... Desembucha, mulher. — minha amiga exclama alto demais e as pessoas passando no corredor nos olham. 

— Se você falar mais baixo, eu conto. — puxo seu braço e engancho nele enquanto começamos a andar até nossa sala de aula — Esse é o último ano de Tomás na escola e você sabe muito bem que a partir de agora novos horizontes vão se abrir para ele e será que terá um espacinho para mim? 

— Ah, Mila. — a expressão de minha amiga se suaviza ao compreender meu medo — É super compreensível isso, afinal, você acha que eu não fico insegura com a ideia de Diego trabalhar na empresa do pai dele e conhecer muitas pessoas mais interessantes que eu? 

— Joana, impossível Diego ter olhos para outra pessoa a não ser você. Tomás me disse que nunca viu o irmão tão apaixonado. 

— Agora me diga você, Camila. O que te leva a pensar que Tomás teria olhos para outras pessoas? 

Paro e reflito sobre suas palavras.

— É, você tem razão. Eu confio no amor de Tomás. 

— Eu sempre tenho razão. — reviro os olhos sorrindo abertamente.

O sinal toca e entramos em nossa sala para a aula de física. Sento-me na frente de Joana e a professora Gabriela entra nos dando bom dia. Logo ela começa a explicar sobre estudo de gases e começo a franzir a testa sem perceber. Eu sempre fui péssima com todo tipo de conta e física não fica fora disso. Após sua explicação, ela passa uns exercícios e estou quebrando a cabeça para resolvê-los quando sinto um cutucão no meu ombro.

Viro-me para trás e me deparo com uma Joana sorridente, aquela típica expressão de quando acha que teve uma ideia brilhante.

— Vamos fazer compras para o jantar! — ela cochicha.

— É sério? No meio da aula? 

— É claro, nós iremos em um jantar super importante para meu cunhadinho que por sinal é seu namorado. 

Tomás combinou com os membros de sua banda recém-formada para jantar comigo, Diego e Joana com intuito de nos conhecermos. 

— Você já é maravilhosa, mas com uma roupa bonita fica um pedaço de mal caminho. 

Rio e sinto meu rosto ficar vermelho.

— Joana! — exclamo alto e ouço a professora limpar a garganta.

— Joana, Camila, já acabaram os exercícios? — professora Gabi pergunta.

— Então, professora, Camila estava tirando uma dúvida da atividade comigo. — diz minha amiga na maior cara de pau. 

A professora finge que acredita e pede para pararmos de conversar. 

***

Acabo de colocar minha roupa escolhida de tarde com as compras com Joana. Escolhi um macacão pantacourt verde oliva com alças finas com decote em coração. Deixo meus cabelos soltos e passo uma maquiagem leve. Me olho no espelho e fico satisfeita com minha aparência. 

Ouço vozes no andar de baixo de minha casa e reconheço a de Tomás. Sorrio como a boba apaixonada que sou e vou ao seu encontro. Vou descendo as escadas e o escuto dizendo:

Resenha Amores | Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora