24

11.8K 726 64
                                    

Andressa

Corri o mais rápido que consegui por um beco, segurando a mão da Flávia com força.

Flávia: Andressa... — sua voz falha atingiu os meus ouvidos. — Eu não consigo correr mais.

Só então eu parei.

Olhei para trás e ao redor da pequena viela em que paramos, certificando que ninguém havia nos seguido.

Então olhei para a minha amiga que estava agachado, escorando-se na parede de cimento áspero.

Nós duas estávamos ofegantes.

Eu tinha a sensação de que o meu coração iria saltar do meu peito a qualquer instante. A minha garganta queimava, sedenta por água e os ossos das minhas pernas não estavam diferentes.

Me agachei ao seu lado, sucumbindo ao desejo de descansar.

Andressa: O GB.... será que ele está bem? — perguntei, cortando o silêncio daquele lugar escuro e sombrio.

Flávia: Eu não sei, mas espero que sim. Ele tem arma e sabe bem como se virar nessa situações — assenti, tentando ficar mais tranquila. — Eu estou preocupada com o Willian.

Estranhei de primeira, mas logo lembrei que esse era o nome do Lobão.

Andressa: Ele também vai ficar bem, amiga, como você falou, o Lobão também sabe como agir nessas situações.

Flávia: Eu sei, é só que eu não consigo evitar. — Passou aos mãos pelo rosto, demostrando a sua preocupação.

Suspirei, aproximando-se dela para lhe dar uma abraço, fechando os olhos.

Meu peito gelou quando o barulho de uma arma sendo engatilhada cortou o silêncio.

Abri os olhos no mesmo instante.

— Desculpa interromper a ceninha fofa e tals, mas eu quero as duas paradas e com as mãos na cabeça — uma voz feminina entediada falava atrás de nós. — Quem fizer algum movimento brusco, eu atiro.

Me virei lentamente, uma mão para cima e a outra segurando o pulso da Flávia firmemente.

Meus olhos estavam arregalados e lágrimas involuntárias coçavam atrás das minhas pálpebras.

Só quando eu estava totalmente virada que pude ver a pistola apontada bem para a minha testa.

Encarei a arma e a mulher que a segurava. No beco mal iluminado eu só era capaz de ver a sua silhueta e o seu rosto não tão nítido.

Andressa: O- O que você quer de nós? — indaguei com a voz trêmula.

— Nós? Meu b.o é só com você — pude notar que um pequeno sorriso crescia em seus lábios. — Andressa, né? — aproximou-se, se agachando na minha frente. Só então pude ver o seu rosto mais nitidamente. A sua pele era bronzeada e os seus longos cabelos caiam em várias tranças de tom avermelhado pelas suas costas. Antes que eu pudesse reagir, a sua mão estava no meu cabelo, puxando os fios da minha nuca com força, fazendo a minha cabeça se inclinar para a direita. Só então tive um vislumbre de seus olhos negros me encarando. — A vadia do DN.

Sobre NósOnde histórias criam vida. Descubra agora