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Danilo

Acordei era sete da manhã, tava com uma ressaca da porra, faltando vomitar as tripas no banheiro. Por isso que eu não gostava de misturar droga com bebida, nunca dava bom.

Ainda precisava descer pra boca mas, tá maluco? Só ia descer mais tarde, é pra isso que existe braço direito!

Ia voltar a dormir, mas me bateu mó sentimento ruim que eu não sabia dizer se ainda era por causa da ressaca ou por algum outro bagulho. Passei um rádio pros mano da boca pra saber se tava tudo certo e recebi a confirmação, mas mesmo assim não fiquei aliviado.

Cocei a cabeça, saindo do meu quarto no sapatinho e indo até o da Andressa. Vai saber se ela tinha fugido?

Não lembro de nada que aconteceu ontem a noite e esse isso que me preocupa.

Aos poucos que eu ia abrindo a porta, ia colocando a cabeça pra dentro. Pra minha surpresa, o quarto não estava gelado, indicando que ela não tinha ligado ar.

Franzi a testa. Maior calor aqui no Rio e ela teve a coragem de dormir com o ar desligado? Olhei para o seu corpo virado de costas para mim, coberto pelo edredom. Ia deixar ela em paz com as suas manias, mas acabei reparando nas caixas de remédios espalhadas pela sua bancada.

Papo reto, na hora o meu coração já deu uma turbinada. Entrei no quarto de uma vez, me aproximando do seu corpo.

DN: Andressa? — chamei, mas ela nem se mexeu. — Andressa?! — dessa vez, puxei o seu corpo, colocando ele de barriga para cima.

Foi então que percebi o quanto ela estava mole. Estalei a língua passando a mão pelo cabelo. Demorou apenas alguns instantes para que eu reagisse e pegasse a garota no colo, após desenrolar o seu corpo que, graças a Deus, ainda estava quente.

DN: Porra... grunhi, descendo as escadas com o seu corpo no colo.

Coloquei a Andressa no banco de trás e saí de casa voado até o postinho.

Quando cheguei, nem precisei gritar, assim que me viram já vieram me atender.

— Qual o nome dela? — o doutor perguntou logo após terem a colocado em uma maca.

DN: Andressa — respondi rapidamente.

— Você sabe a quanto tempo que ela está assim ou o que pode ter acontecido? — seguiu me fazendo perguntas, ao mesmo tempo em que checava o pulso da garota e anotava em sua prancheta.

DN: Sei de nada não, doutor, acordei hoje cedo e encontrei ela assim — respondi, recebendo um olhar de julgamento silencioso.

Alá, achando que eu matei a mina.

As perguntas aconteceram rapidamente enquanto colocavam um monte de bagulho na Andressa e preparavam ela para ser levada. Assim que o questionamento terminou, já levaram a maca dela pra dentro.

Sentei no banco de espera preocupado. Depois de uns instantes, chegaram com uma ficha e pediram para preencher com as informações da paciente, e assim eu fiz.

Fiquei esperando por um tempinho até alguém aparecer.

— Responsável da paciente Andressa Magalhães — uma mulher se aproximou. Não demorei muito para me levantar.

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