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Danilo

Pô, comprei a garota e trouxe pra minha casa. Tava deixando ela na dela mas tava só de olho.

Não curto muito esses negócios de ficar comprando nega mas, o negócio era que a mina era filha de rival. Fiquei sabendo que o pai dela tava atrás então agi primeiro.

Queria que ele viesse atrás de mim pra ser derrubado.

Pela ficha dela o pai largou quando nova e a mãe morreu quando tinha 5 anos. Acabou sendo criada pela avó, mas a coroa morreu de câncer, então foi morar com os tios que não estavam nem aí pra ela, e aí começou a se prostituir.

Tava marolando no sofá até ela descer falando que tava com fome, mandei o Dudu trazer uma pizza e refrigerante.

Andressa ficou toda quieta. Só ficava de cabeça baixa ou olhando ao redor da sala, dava pra perceber que estava ansiosa de longe.

Quando chegou, peguei e trouxe aqui pra sala.

Andressa: Você vai comer também?

DN: Fui eu quem pedi, né — respondi óbvio, vendo o seu revirar de olhos em seguida.

Andressa: Onde fica os pratos?

DN: Na segunda prateleira.

Andressa: E os copos? — estalei a língua.

DN: Vai abrindo uma por uma que você acha — ouvi o barulho dos móveis batendo, sua figura aparecendo em seguida com dois pratos e copos.

Andressa: Ah não! — olhei em sua direção, com a fatia quase dentro da boca.

Tava comendo com a mão mesmo, ia esperar pra comer em prato nada, fi.

DN: A pizza ia esfriar — zoei com a cara dela que estava vermelha.

Andressa: Se você tivesse falado aonde ficavam os copos eu não teria demorado! — rebateu, sentando na poltrona, ao mesmo tempo em que colocava os negócios na mesinha.

DN: É bom que você descobre a casa — dei de ombros, voltando a comer.

Andressa: Hm, entendi — noite o seu tom irônico. Um pequeno riso deixou os meus lábios. — Pensei que não sorria —  comentou surpresa, pegando uma fatia.

DN: Não sou palhaço — a observei colocando o refrigerante em seu copo. — E o meu?

Andressa: Tem mão não? — debochou.

A encarei com a expressão séria, fazendo com que seu deboche evaporasse e desse lugar àquela sua expressão de medo.

Quando a gente terminou de comer, Andressa foi levar tudo para a cozinha.

Andressa: Pode me ajudar? — perguntou enquanto pegava um prato.

DN: Tem mão não? — usei suas palavras, debochando legal também.

Negando, ela terminou de recolher tudo e levando para a cozinha. Quando voltou, passou direto para subir.

DN: Qual é o teu nome? — perguntei antes que subisse os degraus.

A garota parou, virando a cabeça em minha direção.

— Andressa — respondeu, seu tom baixo.

É, eu sei.

Acenei com a cabeça, liberando-a para subir. Não demorou muito para que eu fizesse o mesmo, tava cansadão, o dia de hoje foi puxado pra caralho.

•••

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