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Andressa

Quando eu acordei já se passava de meio dia. Assim que desci e fui até a cozinha, já havia uma marmita na bancada. Um sentimento de alívio percorreu o meu corpo quando toquei no isopor e ainda estava morno, então pulei o café da manhã e fui direto para o almoço.

Depois de comer, subi para o meu quarto e me deitei na cama pegando o meu celular. Foi então que, finalmente, abri as mensagens da Flávia.

Respondi a sua primeira mensagem um pouco insegura se ela ainda me responderia depois de tanto tempo. Mandei um pequeno texto que se resumia em dizer "oi" e falar que eu estava bem, mas tive que ficar afastada um tempo do celular para poder me acostumar com a nova vida.

Por alguma razão, ainda não queria lhe contar tudo com os mínimos detalhes.

Assim que mandei, desliguei o celular colocando ao meu lado na cama. Em minha cabeça se passava milhões de coisas, situações hipotéticas e perguntas.

Ela estava bem? Me responderia?

Foi então que senti o vibrar do celular ecoando pela cama. Fui rápida em o pegar, mas respirei fundo antes de ligar. Quando abri, lá estava a sua mensagem em resposta.

Flávia dizia o quanto estava feliz por eu estar bem e contou por cima como a mesma estava atualmente, incluindo o fato de que no mesmo dia, ela também havia saído daquela casa com um homem e os dois viviam juntos agora. Com isso, conversamos por horas, as duas atualizando uma à outra e fofocando sobre tudo. No final, marcamos de nos encontrar.

Como a Flávia falou que seria difícil para ela vir até a minha casa, marcamos de nos encontrar na casa dela, em outra favela. Falei que resolveria umas coisinhas primeiro e depois voltaria para confirmar com ela.

Paramos de conversar depois de duas horas de conversa pois a mesma precisaria cuidar de alguns afazeres em sua casa, aproveitei para descer até o andar de baixo para tomar uma água e procurar algo para fazer já que estava com fome.

Dei uma olhada na geladeira e nos armários, mas não achei nada do meu interesse. Suspirei, aproveitando para lavar e guardar a louça que estava na pia enquanto pensava no que poderia fazer para comer. Não resisti e coloquei uma música para ouvir enquanto fazia as coisas.

Quando percebi, o volume já estava no máximo e eu estava totalmente entregue.

Na verdade, estava feliz. Depois de semanas conturbadas, tendo um momento de felicidade, mesmo que seja fazendo algo simples.

Cantei enquanto esfregava o copo de vidro, balançando os quadris, me preparando para o refrão da música.

DN: Boa noite — desejou adentrando a cozinha.

Um grito surpreso deixou os meus lábios. Por um momento, tive aquela sensação de que o meu corpo inteiro congelou por tipo, um segundo.

O encarei boquiaberta, observando o seu sorrisinho de canto enquanto ele passava ao meu lado para abrir a geladeira.

Andressa: A quanto tempo você chegou? — perguntei, ainda me recuperando do susto.

Esperei por sua resposta enquanto o mesmo pegava uma garrafinha de água na geladeira, começando a beber. Só então ele me olhou, dando de ombros.

Franzi a testa terminando de enxaguar o copo, só faltava esse.

DN: Ae — olhei para ele. — Quer ir comer um bagulho mais tarde?

Olhei novamente para o copo, colocando-o no escorredor.

Andressa: Pode ser — sequei as mãos no pano de prato, em seguida, desligando a música.

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