Andressa
Quando acordei, olhei ao redor reconhecendo ser o quarto do Danilo. Me espreguicei, agradecendo mentalmente por ele já ter saído. Ontem a noite fizemos umas três vezes, pausando apenas para tomar água.
Minha costela estava dolorida, minha lombar doía e eu já podia sentir meu couro cabeludo sensível devido aos puxões.
Quando tomei coragem, levantei e fui direto para o banheiro. Quando saí, coloquei uma blusa qualquer do DN que estava em seu guarda-roupa. Catei os meus pertences - roupas - que estavam espalhadas pelo quarto, desliguei o ar e saí, indo para o meu.
Ao passar pelo corredor, ouvi alguns barulhos vindo do andar de baixo e o cheiro de comida, no mesmo instante da fiquei feliz que a dona Lúcia estava e, principalmente, por não ter que fazer almoço hoje.
Vesti um shortinho de pijama leve e penteei os cabelos que estavam molhados devido a lavagem que fiz. Tive que ter muita paciência para conseguir desembolar os nós que estavam por praticamente, todo o cabelo.
Quando terminei, com o braço dolorido, desci para o andar de baixo e, lá estava ela, dando uma geral na casa que nem estava tão bagunçada assim já que eu tentava manter tudo arrumadinho durante a semana.
Andressa: Bom dia — desejei.
Dona Lúcia, que estava concentrada passando um pano na televisão, virou assustada.
D. Lúcia: Andressa — sorriu, levando a mão até o coração. — Você me assustou, menina!
Sorri, me aproximando para lhe dar um abraço e beijo na cabeça.
Andressa: Desculpa! — nos afastamos. — Quer ajuda com alguma coisa?
No mesmo instante a senhora negou, me dando um pequeno sorriso.
D.Lúcia: Que nada, já tá tudo praticamente limpo, só tô aperfeiçoando — dispensou. — Tem almoço no fogão, vai almoçar que já tá tarde!
Concordei, sentindo o meu corpo já fraco e mole. Vou comer de uma vez antes que acabe desmaiando.
Quando coloquei o meu prato, Lúcia apareceu na cozinha, indo ajeitar alguma coisa. Estava em pé, colocando um pouco de refrigerante no copo quando notei o seu olhar de cima à baixo para mim.
Mas não com julgamento e sim... alguma outra coisa que não consegui distinguir.
Andressa: Iiih... — a olhei desconfiada. — O que foi?
Ela balançou a cabeça e a mão, como se dissesse que não era nada demais.
Andressa: Se você não falar eu vou ficar morrendo de curiosidade! — apelei.
D. Lúcia: Sonhei com vocês dois esses dias — respondeu após um suspiro.
Andressa: Vocês? — indaguei, confusa. — Eu e o DN?
Ela assentiu.
Andressa: Como foi o sonho? — franzi a testa, parando o que estava fazendo e lhe dando total atenção.
D. Lúcia: No sonho, você estava ao lado do Danilo com duas crianças, uma em seu colo e, a outra, no colo dele. Era um casal. Muito lindo os dois — o brilho em seu olhar era evidente — vocês estavam em uma bolha... protegidos. — Arqueei as sobrancelhas, vendo a sua expressão mudar.
Lúcia se abraçou, sua expressão franzida e focada no chão.
Andressa: Dona Lúcia? — chamei, me aproximando preocupada.
Como se tivesse saído de um transe, ela me olhou piscando.
D. Lúcia: Me desculpe, é que, enquanto eu sonhava, um sentimento ruim me atingiu e a mesma coisa me veio agora.
Andressa: Você quer uma água? Vou pegar pra você! — me virei, sem esperar pela sua resposta.
Enchi o copo enquanto a mesma dizia que não era necessário, mas mesmo assim a fiz tomar.
D. Lúcia: Não quero te confundir ou assustar, só quero que saiba que o Danilo tem muitos rivais que querem ver a cabeça dele rolando pelas ruas. Não só a dele, como a de qualquer um que ele demonstre mínimo apego. Por isso, quero que tome muito cuidado, Andressa.
Um arrepio percorreu o meu corpo e, de repente, o ar presente na sala parecia pesado demais para conseguir respirar enquanto os meus olhos estavam presos ao da mulher à minha frente que segurava a minha mão firmemente.
Só voltei a realidade após alguns instantes, quando consegui desviar o olhar. Tudo o que consegui fazer foi lhe agradecer por pura educação pelo "conselho".
Mesmo depois da mesma ir embora, sua presença ainda estava presente na minha cabeça.
Passei o dia inteiro pesando no que ela havia dito. Mesmo quando o Danilo chegou, mal consegui olhar para a sua cara porque, se o olhasse, sentia que tudo o que a D. Lúcia falou iria parecer ainda mais real.
Algum dia, passaríamos de meros parceiros de casa?
Transamos ontem, mas isso nos levaria para algo mais profundo? Realmente vamos ter filhos?
Desde quando a minha vida está em risco...?
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Sobre Nós
Fanfiction🚨| EM REVISÃO! +16| Aos 3 anos de idade Andressa perdeu a mãe no parto e foi criada por sua avó, que infelizmente, morreu de câncer quando Andressa completou 10 anos... Após o ocorrido, a garota foi morar com os seus tios que não eram os melhores...