Sobre Nós

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Andressa

Observei o lado de fora da janela em silêncio, os carros, prédios e pessoas passavam rapidamente, sendo deixados para trás, assim como a minha vida naquela casa.

Em um instante, estava sentada flertando, no outro, arrumando as minhas coisas para ser levada para sabe se lá onde.

O meu mundo estava desmoronando.

O bolo que se formou em minha garganta estava preso desde o momento em que minha fixa caiu. Mas eu não podia chorar, tinha que me manter forte, só não sei até quando.

Tentar ser forte era uma das minhas maiores qualidades.

Observei atentamente cada rua na qual havíamos passado, tentando ao máximo gravar na minha mente. Quando começamos a subir pequena ladeira, meu coração errou as batidas em meu peito.

Claro que ele era o chefe de algum morro, como já havia imaginado.

Paramos enfrente a uma casa branca, não muito pequena. Os dois homens que estavam sentados no banco da frente saíram, ao menos me dando alguma instrução do que deveria fazer.

Respiração fundo, contando até três rapidamente em minha cabeça antes de tomar coragem para abrir a porta e sair.

Avistei o cara solitário abrindo a porta, o acompanhei, entrando na casa logo atrás.

Como havia dito, a casa não era grande, mas o espaço na parte de dentro era bem aproveitado.

Os móveis eram todos divididos entre tons brancos e marrons claros, se destacando no piso de porcelanato reluzente, assim como as paredes também de cor gelo.

Em silêncio, ele subiu até o andar de cima sem olhar para trás, me deixando na sala sozinha. Juntei as mãos na frente do corpo, apertando os dedos em um ato nervoso.

Me distraí dos meus pensamentos quando o cara que estava dirigindo parou ao meu lado com as minhas coisas, deixando-as ao meu lado. Agradeci baixinho, o mesmo apenas assentiu saindo.

Eu procurei o meu celular nas minhas coisas, mas não achei. Provavelmente ele tinha pegado.

Caminhei até o sofá, me sentando toda encolhida, apertando a barra da minha saia preta. A lingerie ainda estava em meu corpo, apenas havia coberto por uma blusa preta curtinha de mangas e essa saia preta, também curta. 

Ele desceu as escadas e me encarou, o mesmo arrumado e perfumado. Seu perfume masculino exalando quando se aproximou. 

- O segundo quarto a direita é o teu. Sobe  e coloca um bagulho arrumado - assenti, em seguida pegando as minhas bolsas e subindo pelas escadas. 

Sozinha. O cara ao menos olhou para mim. 

Babaca. 

O quarto era grande tinha uma cama de casal e um banheiro. Deixei  minhas coisas na cama e peguei uma toalha indo tomar um banho que  não foi muito demorado. Assim que sai coloquei um vestido vermelho que era justo no corpo e realçava a minha cintura. Passei  um corretivo e um rímel na cara acompanhado de um batom vermelho. Calcei um salto preto e passei perfume, não sabia para aonde iríamos mas pelo menos estaria arrumada e cheirosa.

Desci encontrando ele sentado no sofá ainda mexendo no celular, por tanto que só notou a minha presença quando me aproximei.

Seus olhos percorreram o meu corpo de cima a baixo e, um balançar de cabeça foi tudo o que recebi. Em seguida, o sem nome se levantou.

— Vamos — chamou, saindo na frente.

Fomos até a garagem, onde adentramos o seu carro, a caminho da saída do morro.