Solidão Gélida de um Astro

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Não sejas tola! Não digas que me amas
Com essa displicência de quem sabe muita coisa...
Que é esse amor que tu declamas?
Quem sou eu enfim senão vento, senão sombra?

Não sejas tola! Tampouco sejas doce!
Não tentas tomar meu coração com tua beleza,
Que ele é tão escuro e frio como a noite
Mesmo envolto pelo fugidio brilho das estrelas.

Não me detenhas com o calor do teu beijo
Nem tentes reter a fera com um laço!
Não podes domar a solidão do meu peito
E impune não ficarás se o amor for desatado.

Ou supões poder transpor tão tétrico desfiladeiro
Só para alcançar a solidão gélida de um astro?

Prelúdio às VisõesOnde histórias criam vida. Descubra agora