Cântico Escuro

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Meu cântico se propaga desde o começo do mundo…
E não destoa do que sempre foi sequer um verso.
Constante e ruidoso — ah! — é este meu Cântico Escuro,
Como as tempestades que surgem no Deserto…

Por que não muda esse ritmo que fere?
Não se doma a padrões do hodierno,
E nem se importa de que vistam novas vestes…
Ah! E ainda assim lhes rende mais desprezo?

Mudam-se até os acordes e encantos
Num intento vil que é velho fingimento,
E se quer com isso domar meu Cântico 
Para que ele também seduza a seu preito… 

Mas meu Cântico não deixará de ser estranho,
Nem de rugir diante deste mundo inteiro!

Prelúdio às VisõesOnde histórias criam vida. Descubra agora