Per Obscurius

41 1 16
                                    

Depois de tudo, não quero criar esclarecimento...
Quero sombras e mistério já no limiar do anoitecer,
Antes que o passado seja levado pelo vento
E não haja nada mais antes do dia fenecer…

Sejamos esta força contrária ao mundo,
Resistente às vozes que explodem lá fora
Tragicamente óbvias como solo infecundo,
Tão demasiado triviais e  tediosas…

Que permaneça sob véus o que é velado,
E que cada cifra nos oculte um sentido 
Que não nos possa ser logo adivinhado. 

Pela noite e pelo tabu que nela foi selado,
Em teus lábios, quero um silêncio antigo,
Que no adeus dê ocasião a um beijo prolongado... 

Prelúdio às VisõesOnde histórias criam vida. Descubra agora