Tempo

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O tempo é lento 
Todo dia mais e mais...
Um qual o mar voraz que traz ondas 
O tempo não transborda,
Mas pouco a pouco,
De hora em hora,
Está roubando,
De vê-las,
Até mesmo meu tédio… 
 
Vendi minha vida para não morrer
E com meus lucros compro a morte
Que vem todo dia em copos de veneno…
 
O tempo é lento…
Quando vi já era incapaz de entender
O propósito…
 
Estava só! Lutava por uma abstrata 
Paz e tranquilidade 
Enquanto minha paz e tranquilidade se perdiam…
 
A arte não progrediu
Além da trivialidade, 
A memória se desapegou dos detalhes…
Meu corpo se ressente 
De ser uma máquina do progresso
Enquanto minha mente
Torna-se uma tosca ferramenta
De solucionar problemas…
 
Ah! E meus lábios que não tem ritmo!
E minha voz que foi roubada pelas falácias
Que obrigam-me a dizer!
Onde está meu canto
No meio deste silêncio cheio de ruídos?
 
Tudo se tornou esvanecente desejo 
Que jamais se fixa…
E já nem lembro dos sonhos que tive
Antes da vida ter se tornado esta tolice…

Prelúdio às VisõesOnde histórias criam vida. Descubra agora