O Jogo

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Não...
Ninguém está preparado… 
Podemos até fazer um grande juízo 
de nós mesmos… 
Mas não nasceu ainda quem possa vencer 
O mais ardiloso inimigo… 
 
O mundo é enganoso!
E ninguém foi disto suficientemente avisado… 
Há de se rir de quem se julga a salvo 
E bem defendido pelo próprio discernimento… 
 
A luz é baça como um crepúsculo perpétuo 
E quem joga sabe as regras do jogo… 
O jogo não é um amistoso passatempo,
Mas cada jogada uma questão de vida ou morte… 
Nunca se aceita apostas baixas
E quando te dás conta, tu perdeste a própria alma… 
Dobra a aposta
É tudo ou nada!
 
Não há ninguém honesto na banca.
Cada  participante quer algo além de assistir tua Vitória, 
Espreitam o teu fracasso… 
Eles se disfarçam o tempo todo. 
Usam máscaras e lábia e a voz melíflua ou o dedo em riste…
 
Pensas talvez que possam ter bons motivos,
bons argumentos 
e que algo os justifique no final?
Queres entender outros pontos de vista?
Tolice!
 
Só há autoindulgência no caminho da humanidade…
Quando te despojam e assassinam e agridem e ofendem,
vão dizer que a culpa é tua… 
Este é o seu ardil e haverá aves carniceiras fazendo eco a quem te maltrata,
Compondo uma opereta inglória...
Assim segue ato… 
 
Não há ninguém honesto na banca… 
O jogo é sujo e você não tem escolha… 
Eles ditam as regras. Que se danem as regras! 
 
Não se atenha aos grandes movimentos,
Eles existem para chamar a atenção para o que tem menos importância 
E mascaram a iminência do golpe! 
 
Você está agitado e confuso…
Porque te querem agitado e confuso… 
Assim fica difícil tomar a decisão correta
E enxergar o lance como é… 
 
 É bem assim… Não se importe com os detalhes… 
Olhe de cima, todas as peças estão no tabuleiro… 
 
A sorte está lançada!
Agora é tudo ou nada!

Prelúdio às VisõesOnde histórias criam vida. Descubra agora