Devoto do Nada.

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Quando eu caminho à esmo na noite, 
Caminho por uma razão tão difusa 
Quanto a vida que me corresponde.
Nada quero que mude e nada muda…
 
É um gesto sem nexo, projetando nada
De alguém que simula a vida há anos.
E nos meus olhos a luz é tão baça 
Que não reflete alegria nem pranto.
 
Queria ter sido um sujeito decente,
Mas dei com tantas portas na cara
Que isso me  restou indiferente. 
 
Acostumei a ter não mais que migalhas,
Não sonhar com o que não me pertence,
E assim me tornei devoto do Nada.

Prelúdio às VisõesOnde histórias criam vida. Descubra agora