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Como o sonho de uma perfeita soberania
Que conformava o mundo em idílica semelhança,
Erguidos os umbrais
Para o tempo de um ritmo crescente
Marcado ao troar de trovões dos tambores
E flautins de uma doce e profunda melancolia...Qual uma terra perdida que se dizia Reino...
Que se dizia legado de um Rei perdido no silêncio da sua cúspide eterna
Todavia um Reino não em forma de pátrias, povo, terra...
Em invocação de nome mas não segundo suposições convencionais
Sem lei, sem povo, sem território...
E de etéreo Rei...Reino, em cujos amplos salões de seu palácio,
Houvera uma mesa imensa
Por conta de saciar toda fome humana
Com o manjar misterioso
Tanto mais sutil que o eflúvio d'alma desprendida da carne....
Onde a cura de todos os males fora ofertada
Na forma díspar de uma infinita saciedade...Apatia...
Que queres tu? Que anseias?
Deita tudo fora se tens as mãos cheias!
Homens que têm os baús de tesouros
E mentes saturadas em erudição
São os que circunvagam o salão do Rei
Como mendigos andrajosos...Apatia...
Eis o reino de um Rei...
Que abnegara o trono dos mandos e das estratégias de guerra...
Das finanças fundadas no valor do metal...
Um reino de circunspecção
Em que cada verdade é esmiuçada e desmembrada
Pelo crivo da perplexidade...Ah! Apatia...
Quando transporemos o portal de nossos desejos?
Quando a queda não soará tão avessa à sublimidade de suas aldravas...
E quando mesmo a altura nos será tão profunda quanto a nossa indiferença?Ah! Chorar sem lágrimas e rir sem riso,
Dar de ombros ao perigo e, no entanto, como se fosse com satisfação
Não lhe ir ao encontro...não ir ao encontro de coisa alguma.Nem chão, nem céu, nem sol, nem Lua
Apatia...não desdém por covardia...
Apatia...por amor as coisas contidas...
Não pelo desprezo vaidoso e desagregante...
Nem por afeto negligente e cúmplice...
Mas por Apatia!!!Por Apatia!!!
Por Apatia!!!
0.1
Não sintas, não percebas!
Apatia!
Não comece a acreditar que és
Que o que és impõe-se à multidão dos que julgam ser...
A maioria dos que creem o fazem porque o sentiram
E o sentiram por que creram...
Mas não sintas, não percebas!Teu coração não pulsa porque o sentistes pulsante,
Nem o sangue escorre pelas veias e artérias porque o bombeias
Tua tez não ruboresce por que amaste!
Não é por ti que se torna a mentira em verdade!Esforçaste-te por percebê-lo,
Forçaste a significação pela imposição do signo vazio...
Fizeste tudo pela convergência dos cinco sentidos...Pirotecnia e ruído...
Eis o mundo que tens construído!0.2
Amor e ódio são extremos,
Mas a Apatia não é não tê-los,
Apatia é nada senão controle
Não sobre os outros porém sobre si mesmo.
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Prelúdio às Visões
Poetry# 1° Colocado na Categoria Poemas e Poesias do Concurso Em Busca de Best Sellers - 2021. # Caros leitores/as, publicamos em livro físico parte do acervo do Prelúdio às Visões, por esse motivo alguns poemas foram retirados do Wattpad. Agradeço a tod...