Mapa

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Olho o mapa de novo

De lado, de cabeça p'ra baixo,

Querendo encontrar nele uma rua que me leve de volta p'ra casa...

Mas ao redor, não vejo nenhuma referência, nenhuma placa.

E olho o céu, aparando o sol com a mão de viseira

E busco com olhos apertados, inúteis e cegos,

No imenso firmamento que toldeia minha cabeça,

A estrela do norte me revelar a rota que quero...

Mas tudo que vejo

São enormes torres de vidro que se espelham umas noutras,

Formando o caleidoscópio mágico pelo qual minhas certezas dispersaram faz tempo...

E eu giro o mapa de novo,

Como se fosse a roleta de um cassino em que apostei minha vida...

E fico assim, por horas e horas, girando aquele globo...

Admirado do azul-claro do Oceano Atlântico não invadir o Brasil.

Prelúdio às VisõesOnde histórias criam vida. Descubra agora