Simbólica

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Noite. Imerjo nos teus braços escuros,
Renunciando à ilusão de controlar-me.
Na semi-luz do lupanar em que me busco.
Ei-la! A dama divina de boca escarlate! 

A experiência toda, des' o teu cheiro,
O tocar-te, a voz ouvir, tudo desconhecido,
Tudo novo, tudo apreendido por primeiro.
E te querer o corpo, a alma, o beijo…

Esta é a sacralidade de um mistério,
Que se dá nas névoas de um templo-antro
Esfumado do incenso de um turíbulo célico.

Aí onde se faz sacro o ofício que foi profano.
Possuindo-me com um poder divino-eterno,
Ao ofertar-me a eucaristia do teu corpo branco.

Prelúdio às VisõesOnde histórias criam vida. Descubra agora